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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Política BR

Sarney diz que partidos não querem votar ingresso da Venezuela no Mercosul

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta quarta-feira que há necessidade de um novo acordo de lideranças para a votação em plenário do protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul.


"Acho que não [será votado hoje em plenário], porque essa matéria precisa de um novo acordo entre todas as lideranças. Embora tenha um acordo preliminar de votar logo, agora o assunto está numa fase em que os partidos não querem que seja levado a plenário. Isso porque é uma matéria muita polêmica."

Nos bastidores, governistas têm dúvidas sobre o número de parlamentares favoráveis ao ingresso da Venezuela no bloco. Os líderes preferiram tentar um acordo com a oposição antes de analisar o tema em plenário.

O governo adiou a votação nas últimas três semanas por não ter certeza da vantagem sobre a oposição. Líderes governistas admitiram que as recentes declarações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de que os líderes militares da Venezuela devem estar preparados para a "guerra" no continente, poderiam colocar em risco a aprovação da adesão do país ao Mercosul.

Chávez fez as declarações há três semanas, o que dificultou as negociações dos governistas para a votação do ingresso da Venezuela no Mercosul. A oposição trabalha para adiar a votação do protocolo de adesão até que haja um compromisso do governo venezuelano de que não há uma "situação de guerra" no continente.

Defesa

O ministro Samuel Pinheiro Guimarães (Secretaria de Assuntos Estratégicos) fez na semana passada uma ampla defesa do ingresso do país vizinho no bloco econômico.

Ao afirmar que a Venezuela não viola princípios democráticos, Guimarães disse que o Brasil deve fazer um debate menos "emocionado" para discutir se o país deve ingressar no Mercosul.

"Você tem violação de direitos humanos em outros Estados. Há dezenas de sindicalistas, líderes universitários, em outros países da região presos, mortos, assassinados, e não há essa emoção toda", afirmou.

Na opinião de Guimarães, a Venezuela preserva a liberdade de imprensa --apesar de ter determinado o fechamento de emissoras de rádio e TV contrárias ao regime presidencial.

"A Venezuela é um país que aceita a cláusula democrática. Na Venezuela se realizaram eleições com observadores internacionais, todas consideradas democraticamente realizadas. Na Venezuela não há nenhum preso político, não há nenhum jornalista preso. Basta ligar a televisão na Venezuela para verem que a liberdade de opinião, e de criticas, é extraordinária."
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