A polícia investiga se um bebê de dois meses teve o corpo queimado em consequência de procedimentos médicos adotados pela equipe da Santa Casa (centro de SP).

Segundo boletim de ocorrência registrado pela mãe da criança, Schirlene Ottoni Fernandes de Souza, 23 anos, os ferimentos foram causados pela alta temperatura do berço aquecido --a menina estava com quadro de hipotermia.

Schirlene acusa o hospital de lesão corporal culposa (sem intenção). O bebê permanece na UTI, sedado, com risco de morte. A menina nasceu com lesões na pele. No dia 24 de outubro, foi internada na Santa Casa com quadro de infeção generalizada. Ficou 17 dias em tratamento e depois recebeu alta.

De acordo com a família, porém, as feridas pioraram, e a criança teve de voltar à unidade em 12 de novembro. Segundo o hospital, exames identificaram fungos na pele e a necessidade de tratamento específico, incluindo antibióticos e proteção com vaselina.

No dia seguinte, "a criança apresentou hipotermia, evolução grave do quadro infeccioso, sendo colocada em berço aquecido para regularização da temperatura corporal", diz a unidade, que nega a acusação da mãe. Segundo a Santa Casa, a criança não está queimada. A polícia abriu inquérito para apurar a denúncia e aguarda laudo médico para avaliar se há responsabilidade da unidade médica.

Para a mãe, não há dúvidas. "O hospital falhou em colocar a criança no berço após passar vaselina no corpo dela. Queima, até eu sabia disso", disse Schirlene.