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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Sindicato diz que programa que reduz tarifas em SP não beneficia taxistas

O Sindicato dos Taxistas Autônomos disse discordar do novo programa da Prefeitura de São Paulo, lançado nesta segunda-feira, que reduz em 30% o valor da tarifa das viagens realizadas às sextas-feiras, sábados e vésperas de feriados na cidade, das 20h às 6h. Intitulado Táxi Amigão - Amigo da Lei Seca, o programa é voluntário e, segundo a prefeitura, cerca de 600 taxistas já demonstraram interesse.


Entretanto, para Natalício Bezerra, presidente do sindicato dos taxistas, o decisão não atende as necessidades da categoria.

"O sindicato é contra a medida. Nós estamos há três anos sem ter nenhum reajuste na tarifa e o hoje pleiteamos um reajuste e o prefeito [Gilberto Kassab (DEM)] vem como essa medida. Se ele [o prefeito] acha que é bom para São Paulo, tudo bem, porém, para nós não é bom e o sindicato não apoia", afirmou.

Ainda de acordo com Bezerra, o Táxi Amigão só favorece os passageiros que possuem melhores condições financeiras. "Quem bebe é porque tem dinheiro para pagar táxi", disse.

Ele disse ainda não concordar com o fato de ter de dar desconto ao passageiro alcoolizado. "O que vai acontecer é que essa medida do prefeito vai trazer uma discórdia no seio da categoria. Os motoristas vão se chocar na rua, um vai dar desconto e o outro não vai aceitar, vai haver discórdia enquanto nós estávamos trabalhando em harmonia", afirmou Bezerra.

Alexandre de Morais, secretário de Transportes, disse acreditar que, com o tempo haverá, uma mudança de posicionamento do sindicato com o aumento no número de passageiros. "Eu acho que o próprio sindicato vai nos procurar e entender que é a medida é boa para toda a categoria", disse o secretário.

Já a Adetax (Associação das Empresas de Táxi de Frota do Município de São Paulo) não se posiciona nem contra e nem a favor da medida. De acordo com Ricardo Auriemma, presidente da associação, a maioria dos taxistas de frota não é favorável ao projeto, mas existe uma parcela que deseja aderir ao programa. Uma pesquisa feita com 1.500 taxistas mostra que 85% é contra o Táxi Amigão. Hoje, na cidade de São Paulo existem cerca de 3.200 taxistas de frota.

Para Auriemma, a prefeitura precisa intensificar a fiscalização com a nova medida. "Acho importante que a prefeitura promova a identificação de pontos especiais e que tenha uma fiscalização rígida porque a gente tem receio que haja algum confronto com motoristas que já trabalham nessas regiões", afirmou.

Táxi Amigão

Entra em vigor em São Paulo a partir da próxima sexta-feira (4) o programa Táxi Amigão - Amigo da Lei Seca. Com o desconto, o passageiro pagará durante a noite o preço da bandeira 1. O preço atual da bandeirada é de R$ 3,50. Na bandeira 1, além da bandeirada, o passageiro para R$ 2,10 por quilômetro rodado. Já com bandeira 2, o valor do quilômetro sobe para R$ 2,73.

Para aderir ao programa, o taxista deve procurar a Secretaria Municipal de Transportes --localizada na rua Boa Vista, 236, no centro-- para se inscrever. O taxista deve apresentar o requerimento feiro pelo titular do alvará de estacionamento. O programa é voluntário e o taxista pode se credenciar ou se descredenciar no momento em que desejar.

Foram criados 40 pontos móveis de táxi em toda a cidade, que ficam próximos aos bares, restaurantes e estações de metrô. Os taxistas que aderirem ao programa terão benefícios que incluem a liberação das vagas de estacionamento de Zona Azul durante todo o sábado, preferência no cadastramento de grandes eventos da cidade --como Fórmula 1, Carnaval e grandes shows--, além de um guichê preferencial no Departamento de Transportes Públicos.
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