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Terça-feira, 07 de maio de 2024

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Mais de 120 morreram em série de ataques em Bagdá, dizem autoridades

Mais de 120 pessoas morreram e centenas ficaram feridas nesta terça-feira na pior onda de violência na capital em mais de um mês, informaram autoridades. A série de ataques coordenados em Bagdá incuiu a explosão de dois carros-bomba conduzidos por suicidas e outro carro que explodiu perto de prédios do governo.


Os ataques, que aconteceram no intervalo de poucos minutos, mostraram a capacidade dos insurgentes de atacar alvos no coração de Bagdá e marcaram a terceira vez desde agosto que os edifícios do governo foram alvos de explosões que mataram mais de cem pessoas.

As informações sobre o número de mortos e feridos são imprecisas e variam de acordo com as fontes de segurança consultadas. Ao longo de todo o dia, circularam várias notícias sobre novas vítimas, mas a contagem ainda não terminou. Citando fontes hospitalares e de segurança, as agências de notícias Associated Press, Efe e France Presse informam que 127 pessoas morreram, enquanto a agência Reuters diz que houve ao menos 112 mortes. O número de feridos é superior a 400.

O mesmo desencontro de informações ocorreu em relação ao número de ataques, já que algumas fontes disseram que foram registrados cinco atentados, ao passo que outras falaram de quatro.

Os atentados reforçaram as preocupações sobre falhas na segurança do Iraque à medida que as forças americanas planejam sua retirada. O Parlamento realizou uma sessão de emergência com muitos legisladores exigindo respostas às falhas de segurança.

O porta-voz militar iraquiano general Qassim al-Moussawi jogou a culpa pelos ataques a uma aliança entre o braço da rede terrorista Al Qaeda no Iraque e os membros do Baath, o proscrito partido do ex-ditador Saddam Hussein.

"As mesmas mãos que realizaram os ataques de agosto e outubro fizeram os ataques terroristas de hoje contra civis inocentes", disse ele.

Os militares americanos enviaram algumas tropas e equipamentos para ajudar as forças iraquianas após a explosão, disse o sargento do Exército Nicholas Conner, um porta-voz militar.

A violência caiu drasticamente em todo o Iraque no ultimo ano, embora os insurgentes tenham intensificado os ataques a instalações do governo nos últimos meses. Os atentados marcaram o mais grave surto de violência em Bagdá desde que dois carros-bomba em 25 de outubro explodiram em frente escritórios do governo, matando pelo menos 155 pessoas. Em agosto, homens-bomba detonaram explosivos em frente aos ministérios das Finanças e das Relações Exteriores, matando mais de cem.

Esses dois ataques foram assumidos pela Al Qaeda no Iraque e autoridades iraquianas apresentaram na TV três suspeitos que fizeram confissões oficiais, mas não houve reivindicação imediata de responsabilidade pelos ataques desta terça-feira.

As forças de segurança temem que os preparativos para as eleições poderiam levar a uma escalada de ataques que visam a desacreditar o governo pró-ocidental do primeiro-ministro Nouri al Maliki e há dúvidas se os líderes iraquianos estão tentando desviar a atenção de um possível ressurgimento de insurgentes sunitas liderada pela Al Qaeda no Iraque.

Um aumento no poder dos insurgentes poderia ser um duro golpe para a credibilidade do governo antes das eleições nacionais, que foram definidas nesta terça-feira para 7 de março --mais de sete semanas de atraso em relação à data originalmente prevista, por causa de disputas políticas sobre as regras de votação.

Formado pelo presidente do país, o curdo Talabani, e pelos dois vice-presidentes, o sunita Tareq al Hashemi e o xiita Adel Abdel Mahdi, o conselho informou a mudança após uma reunião com membros da Comissão Suprema Independente Eleitoral (CSIE) e da missão da ONU no Iraque (Unami).

O primeiro anúncio informava o dia 6 de março, mas em seguida houve novo adiamento, para o dia seguinte, atendendo a um pedido dos curdos. A minoria do norte do país não queria que as eleições fossem realizadas na mesma data em que se lembra um acordo assinado em 1975 entre Irã e Iraque que, segundo eles, diminuiu os seus direitos e os marginalizou.

Em comunicados, tanto o presidente Jalal Talabani quanto o primeiro-ministro Nouri al Maliki não hesitaram em atribuir a autoria dos ataques ao braço da rede terrorista Al Qaeda no país e ao Baath, o proscrito partido do ex-ditador Saddam Hussein.

Uma eleição bem-sucedida é pré-requisito para que os Estados Unidos completem a retirada das tropas de combate do país --prevista para até 31 de dezembro de 20112011. É vista ainda como um marco para o Iraque no momento em que o país emerge de anos de conflitos sectários desde a invasão norte-americana em 2003 e começa a se sustentar nas próprias pernas antes da retirada completa dos EUA.

O chefe de gabinete da Presidência, Nasir al Ani, disse também que o conselho decidiu que a lei eleitoral será ratificada nesta quarta-feira.

Violência

Segundo a agência de notícias Efe, no bairro de Dora, na entrada sul de Bagdá, um militante a bordo de um carro-bomba avançou com o veículo contra uma patrulha da polícia, diante do Instituto de Tecnologia, matando 15 pessoas --três policiais e 12 estudantes --e ferindo 23.

Segundo o relato das fontes, o suicida se jogou contra uma patrulha da polícia que circulava por esta zona do sul da capital.

Outro atentado ocorreu perto da sede do Ministério das Finanças no mercado de Al Shurya, no centro da cidade, lugar para onde o departamento foi transferido depois que, em 19 de agosto, outro atentado atingiu a antiga sede dessa pasta --em uma série de explosões que deixou 87 mortos.

Uma terceira explosão aconteceu perto do Ministério do Interior no bairro de Bab al Sharqi, também no centro da capital. Outro carro-bomba foi detonado no instituto de Belas Artes, perto do parque de Zawraa, no oeste da capital.

Além disso, um quinto atentado aconteceu junto ao Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais, na rua Palestina.

A primeira explosão aconteceu às 10h25 locais (5h25 no horário de Brasília), segundo a agência de notícias France Presse, e foi seguida minutos depois pelas outras.

Enquanto as ambulâncias continuam transportando as vítimas aos hospitais, várias pessoas se concentraram nos lugares dos atentados.

As explosões causaram muitos danos materiais nos edifícios e densas nuvens de fumaça que podem ser vistas dos pontos atingidos pela série de explosões, visíveis em alguns casos de vários quilômetros.

A polícia isolou as áreas atingidas e fechou as principais artérias da cidade, tanto para facilitar os trabalhos de retirada de mortos e feridos quanto para prevenir novos incidentes.

Os ataques aumentam a preocupação das forças ocidentais sobre a capacidade das tropas iraquianas de assumir a segurança do país, com a retirada já iniciada das forças americanas. O Exército dos Estados Unidos enviou alguns soldados e equipamento forense para ajudar os colegas iraquianos, afirmou o sargento Nicholas Conner, porta-voz militar.
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