A Câmara aprovou na noite desta quarta-feira, na forma de emenda, o projeto de lei disciplina o trote nas universidades. Recentes atos de violência que aconteceram nos Estados de São Paulo e Goiás retomaram as discussões no país sobre a prática dos trotes. 
Um dos aspectos do texto aprovado é a aplicação de multas pela instituição depois de comprovada a participação de alunos em ações consideradas constrangedoras ou violentas contra os calouros. O dinheiro da multa deverá ser usado nas bibliotecas das escolas.

Apesar de o projeto haver sido aprovado simbolicamente, vários deputados manifestaram seu voto contrário ao texto. A proposta será analisada ainda pelo Senado.

O projeto era o primeiro item da pauta de hoje, mas no início da sessão não havia acordo sobre o texto a ser votado. Por isso, a votação só aconteceu depois de ser aprovada a proposta que torna obrigatório o uso de airbag em veículos novos.

Violência

Na semana passada, uma estudante de 18 anos, que está grávida, e outra de 17, sofreram queimaduras em Santa Fé do Sul (SP) durante o trote da Funec (Fundação Municipal de Educação e Cultura), em Santa Fé do Sul (a 625 km de São Paulo).

No mesmo dia, na segunda-feira (12) passada, em Leme (189 km de SP), o calouro de medicina veterinária Bruno César Ferreira, 21, sofreu trote violento e chegou a ficar em coma alcoólico.. Os suspeitos são dois estudantes veteranos do mesmo curso da universidade Anhanguera Educacional, em Leme (189 km de SP). Os dois foram reconhecidos nesta quarta-feira (11) por Ferreira.

Na terça-feira (10), um calouro da UFG (Universidade Federal de Goiás) foi vítima de agressões da Polícia Militar durante um trote em Goiânia. Os policiais foram ao local da comemoração porque um grupo consumia bebidas alcoólicas em um parque municipal, onde a prática é proibida.

A polícia reconhece que houve "força desnecessária" por parte dos policiais e diz que uma sindicância já foi instaurada para apurar o caso.