O delegado Luciano Inácio, da Especializada de Sequestros, e o ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE) Júlio Campos, pré-candidato a deputado federal pelo Democratas (DEM), seriam "clientes" do empresário Júlio Uemura, do ramo de hortifritigranjeiros, acusado de liderar organização criminosa montada para lesar empresários do setor.

A informação é de membros do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPE), segundo os quais o delegado e o ex-conselheiro realizaram empréstimos de Uemura via troca de cheques. Campos teria trocado R$ 150 mil e Luciano Inácio algo em terno de R$ 12 mil nas supostas transações.

Em depoimento ao juiz da 15º Vara Criminal, José Arimatéia Neves, Uemura confirmou ao promotor Arnaldo Justino da Silva que, de fato, emprestou quantias para o delegado e para o ex-conselheiros e que ambos já teriam quitado os débitos. Uemura foi preso durante a Operação Gafanhoto, da Polícia Federal, realizada no começo do segundo semestre deste ano.

Conforme o MP, "é muito estranha essa relação próxima (de Uemura) com autoridades, como se fosse uma transação de fomento. "Parece que configura uma espécie de 'gratidão'", declarou um dos promotores que ouviu Uemura, em entrevista ao Olhar Direto.

Leia também:

Júlio Uemura presta depoimento no Fórum da Capital