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Sábado, 18 de maio de 2024

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ONU denuncia milícia de Uganda por crimes contra a humanidade

A ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou nesta segunda-feira dois relatórios nos quais denuncia crimes de guerra e contra a humanidade nos ataques cometidos no Sudão e no Congo pelos guerrilheiros ugandenses do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês).


A alta comissária da ONU para os direitos humanos, Navi Pillay, afirmou que os militantes precisam ser acusados e julgados pelos ataques brutais contra civis --incluindo bebês-- no último ano. Os líderes do grupo, afirma Pillay, devem enfrentar julgamento em tribunal internacional.

Ambos os documentos, elaborados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, narram as atrocidades cometidas contra crianças, mulheres e homens civis. Segundo os relatórios, a onda de ataques do LRA matou ao menos 1.200 civis no Congo, entre eles 600 crianças e 400 mulheres, entre setembro de 2008 e junho de 2009. Os ataques causaram ainda a fuga de 230 mil pessoas da região.

"Estes ataques e as violações dos direitos humanos cometidas sistematicamente podem constituir crimes de guerra e contra a humanidade", ressalta o relatório, que narra assassinatos, mutilações, torturas e múltiplas violações sexuais.

"As mulheres e as meninas foram frequentemente estupradas antes de serem assassinadas. Muitas outras foram sequestradas e obrigadas a ser escravas sexuais", acrescenta. Os textos também descrevem os roubos e a destruição levados a cabo pelos militantes.

O relatório destaca que os piores ataques do LRA na RDC começaram em dezembro de 2008, após as ofensivas lançadas pelo Exército congolês e das forças de paz da ONU contra a guerrilha. "Em resposta, o LRA lançou uma série de ataques sistemáticos e com características militares contra a população civil".

Já o relatório sobre o Sudão engloba os ataques cometidos pelo LRA entre dezembro de 2008 e março de 2009. "Ao menos 81 civis foram assassinados e muitos outros, entre mulheres e pelo menos 18 crianças, foram feridos, mutilados, violentados e sequestrados, e obrigados a trabalhar como soldados, escravos sexuais ou espiões".

Inúmeras mulheres foram estupradas durante ou depois dos ataques. Além disso, os povoados atacados foram saqueados e parcial ou totalmente destruídos.

No sul do Sudão, onde LRA foi buscar abrigo de uma ofensiva conjunta dos Exércitos de Uganda e do Congo, várias testemunhas disseram que os guerrilheiros operam em grupos de cinco a 20 homens armados com machetes, machados, baionetas, facas e armas de fogo.

A Corte Criminal Internacional emitiu em 2005 ordens de captura por crimes de guerra parta os principais líderes da LRA, incluindo sue comandante-em-chefe Joseph Kony.

Ambos os relatórios pedem a cooperação do tribunal e dos governos da região, além da rendição dos líderes da LRA. "Os ataques deixaram um legado de trauma, individual e coletivo, e aqueles afetados continuam a viver com medo", disse Pillay, ressaltando que as forças de segurança do Congo estão mal equipadas para proteger os civis destes ataques.
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