O Ministério das Relações Exteriores deve enviar nesta terça-feira ao Suriname um novo voo da FAB (Força Aérea Brasileira) para buscar cinco brasileiros feridos no ataque a garimpeiros na noite de Natal, em Albina (cerca de 150 km da capital Paramaribo). Embora o Itamaraty considere tranquila a situação na região onde ocorreu o ataque, há informações de que novas ameaças contra brasileiros estariam ocorrendo no país.

Pelo menos três brasileiros continuam internados em estado grave em um hospital de Paramaribo após o violento ataque que deixou ao menos 25 feridos. Segundo o Ministério de Relações Exteriores do Brasil, nenhum dos brasileiros corre risco de morte.

O Itamaraty não confirma mortes no ataque do dia 24 de dezembro e nem a informação de que 20 mulheres teriam sido violentadas durante a ação de maroons --como são chamados os descendentes de quilombolas no Suriname-- contra os garimpeiros. Diplomatas brasileiros buscam informações detalhadas sobre o ataque para apurar se houve algum tipo de violência contra brasileiras durante o ataque.

A missão diplomática, liderada pelo embaixador brasileiro no Suriname, José Luiz Machado e Costa, conversa com os brasileiros para obter mais detalhes do ataque e saber se há algum desaparecido.

O Itamaraty também busca confirmações sobre supostos desaparecidos depois da noite de Natal, entre os quais poderiam haver sete brasileiros. Até agora, oficialmente, não houve a confirmação de desaparecidos em consequência do ataque dos "maroons".

No último domingo, um avião da FAB com cinco brasileiros vindos do Suriname chegou a Belém (PA). O grupo foi trazido de volta ao país pelo governo brasileiro após o ataque de surinameses contra cerca de 200 garimpeiros brasileiros.