Um toque de recolher foi imposto a toda a cidade de Ramadi, a capital da Província iraquiana de Anbar, após a dupla explosão que atingiu a sede do governo provincial e deixou 23 mortos e dezenas de feridos, nesta quarta-feira. O governador provincial, Qasem Muhamad, foi uma das vítimas do ataque. Não há confirmação se ele está vivo.

Este é o atentado mais sangrento no Iraque após a série de atentados de 8 de dezembro, na qual 127 pessoas morreram e 450 ficaram feridas em Bagdá.

Conforme a polícia, um suicida usou um carro-bomba para provocar a primeira explosão, na principal via de acesso ao prédio. Depois que várias pessoas, incluindo o governador e alguns conselheiros provinciais, se aproximaram, a segunda bomba foi detonada por um suicida que seguia a pé --provavelmente um dos guardas do governador.

Inicialmente, a TV estatal iraquiana afirmou que o governador estava morto. No entanto, o vice-governador, Hikmet Khalaf, contou à agência de notícias Reuters, por telefone, que ele está vivo, internado em um hospital. Para a agência Associated Press, o médico Ahmed Abid Mohammed confirmou que o governador está vivo, mas sofreu queimaduras no rosto, além de ferimentos no abdômen e em outras áreas.

O chefe do conselho provincial de Anbar, Jassim Mohammed, também confirmou às agências de notícias internacionais o estado de saúde do governador.

No entanto, os responsáveis pelas forças de segurança iraquianas se recusaram a esclarecer a questão e se limitaram a dizer que o eventual anúncio da morte poderia provocar distúrbios.

De maioria sunita, a Província de Anbar é estrategicamente importante pois serviu de bastião para a rede terrorista Al Qaeda após a queda do ditador Saddam Hussein, em 2003, até que os Estados Unidos começaram a pagar para convencer as tribos locais a ajudá-los e, por fim, conseguiram expulsar os terroristas. Recentemente, essas tribos têm sido alvo de represália.