O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o Ministério da Integração Nacional auxilie os Estados atingidos pelas enchentes no Sudeste do país, com o envio de bens necessários para atender as vítimas da tragédia no Rio de Janeiro e São Paulo.

Apesar de não haver previsão de liberação imediata de dinheiro, Lula e o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) orientaram a Secretaria Nacional de Defesa Civil a trabalhar conjuntamente com os governos estaduais para levantar as necessidades de cada localidade atingida pelas chuvas.

A secretária nacional de Defesa Civil, Ivone Valente, disse à Folha Online que o governo federal vai esperar os Estados definirem suas principais necessidades antes de liberar recursos financeiros ou logísticos a serem encaminhados para o Rio e São Paulo.

"Não há condições ainda de se avaliar as ações prioritárias do governo nessas localidades. Primeiro temos que esperar as necessidades. A solicitação virá, por isso o presidente Lula e o ministro Geddel orientaram para o empenho máximo no atendimento dos Estados atingidos", afirmou.

Por meio de assessores, o ministro Geddel disse que o Ministério da Integração Nacional vai enviar ao Rio de Janeiro "todos os bens necessários para as vítimas e seus familiares".

A secretária afirmou que a Defesa Civil Nacional tem estocadas 15 mil cestas básicas no Rio de Janeiro que poderão ser utilizadas para atender as vítimas das chuvas. O governo também estuda enviar alimentos, agasalhos, cobertores e colchões às áreas atendidas, de acordo com a necessidade de cada localidade.

Segundo Ivone Valente, a Defesa Civil Nacional está de plantão acompanhando o resgate das vítimas e as ações estaduais no resgate dos corpos de mortos pela tragédia. "Desde o primeiro dia estamos monitorando em contato com a Defesa Civil dos Estados. Não dá para avaliar os danos ainda. A operação agora é se encontrar as vítimas, por enquanto não há como se identificar novas necessidades", afirmou.

A secretária disse que o órgão recebe diariamente relatórios atualizados sobre a situação nas localidades atingidas pelas chuvas, incluindo Angra dos Reis (RJ), para que o governo federal atue junto com os Estados no resgate às vítimas.

Tragédia

A Defesa Civil de Angra dos Reis informou que mais três corpos foram encontrados nesta segunda-feira no morro da Carioca, no centro da cidade. Com isso, o órgão já registra 50 mortes após deslizamentos de terra que atingiram o local e a praia do Bananal, na Ilha Grande.

Na manhã deste domingo, o prefeito de Angra dos Reis, Tuca Jordão (PMDB), oficializou o decreto de estado de calamidade pública no município. O prefeito disse que a documentação já foi providenciada para que a medida seja publicada no "Diário Oficial".

A Prefeitura de Angra dos Reis estima que os deslizamentos de terra provocados pela chuva na virada do ano tenham causado um prejuízo de cerca de R$ 250 milhões. Esse valor calculado pela prefeitura não inclui o que a cidade deixará de arrecadar após a tragédia, nas áreas de turismo, comércio e serviços.