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Domingo, 28 de julho de 2024

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EUA cogitam pagar mais para manter base estratégica na Ásia Central

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, disse nesta quinta-feira que o governo americano poderia pagar mais para manter uma base aérea estratégica no Quirguistão. A declaração foi feita horas depois de o Parlamento quirguiz aprovar o fechamento da base militar americana no país da Ásia Central, um ponto de trânsito de grande importância para o abastecimento das tropas da coalizão internacional no vizinho Afeganistão.


Gates, que está na Polônia, para reuniões sobre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disse considerar que as negociações com o Quirguistão sobre o futuro da base de Manas ainda estão abertas. Ele afirmou que o governo americano estuda aumentar os pagamentos para manter a base, mas dentro de limites. Segundo o secretário, os EUA não vão desperdiçar o dinheiro dos contribuintes em um aluguel estratosférico apenas para manter a base.

Bryan Whitman, porta-voz do Pentágono, também tentou dar a dimensão dos esforços para manter as operações no Quirguistão. "[Manas] é uma base importante para as operações no Afeganistão, mas não é insubstituível", disse ele. "Se não estiver disponível para nós, iremos encontrar outros meios."

Segundo o Departamento de Defesa, o governo quirguiz ainda não comunicou formalmente aos EUA a decisão de fechar a base. A lei deve ser assinada pelo presidente Kurmanbek Bakiyev, cujo anúncio de que a base seria fechada provocou surpresa em Washington. Bakiyev anunciou o fechamento da base no dia 3 de fevereiro em Moscou, horas após garantir uma ajuda russa de US$ 2 bilhões ao país. Moscou negou na ocasião qualquer relação entre os dois anúncios.

Depois da assinatura do presidente, o ministério das Relações Exteriores quirguiz enviará uma nota ao governo dos Estados Unidos e Washington terá 180 dias para fechar a base.

O Afeganistão está sendo apontado pelo presidente americano, Barack Obama, como a prioridade na luta contra o terrorismo. Na última terça-feira (17), ele autorizou o envio de mais 17 mil soldados ao país, em sua primeira medida significativa para mudar o curso de uma guerra que, segundo assessores militares, os EUA não estão vencendo. No mesmo dia, as Nações Unidas haviam informado que o número de civis mortos em conflitos no Afeganistão em 2008 chegou a 2.118 pessoas, um aumento de 40% em relação ao ano anterior.

Os EUA invadiram o Afeganistão em outubro de 2001, em resposta aos ataques de 11 de Setembro. O país era então governado pelo grupo fundamentalista islâmico Taleban, que dava abrigo à rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, mentor dos ataques que mataram cerca de 3.000 pessoas em Nova York e Washington.

Política

No último dia 3, o presidente do Quirguistão, Kurmanbek Bakiyev, já havia anunciado o fechamento da base de Manas, o que coincidiu com a doação da Rússia de US$ 2 bilhões ao país asiático.

Apesar de as autoridades do Quirguistão afirmarem que na decisão de fechar a base pesam as causas econômicas, a Rússia negou que haja ligação entre a medida e o empréstimo.

O ex-presidente do Quirguistão Askar Akáiev cedeu às tropas americanas a base de Manas em 4 de dezembro de 2001, como ponte para a operação antiterrorista americana no Afeganistão.

A base acolhe mil soldados americanos, além de vários aviões de transporte militar, vitais para a provisão das tropas desdobradas no Afeganistão.

A importância das rotas para o Afeganistão pelo norte do país, através de ex-repúblicas soviéticas, tornou-se maior no ano passado, devido ao aumento de ataques dos insurgentes islâmicos talebans aos caminhões de abastecimento para os exércitos ocidentais.

Quase 80% do material para as tropas estrangeiras no Afeganistão passa pelo Paquistão, do combustível aos equipamentos pesados. A maioria cruza o passo Khyber, em uma região tribal na fronteira entre os dois países, onde estão localizados redutos da rede terrorista Al Qaeda e do Taleban.
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