As chuvas que atingiram as regiões Sudeste e Sul do país desde o mês de dezembro do ano passado deixaram ao menos 140 mortos. As enchentes devastaram cidades, algumas chegaram a ficar praticamente submersas, causaram a falta d’água, energia elétrica e bloquearam rodovias. Os Estados mais atingidos são o Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. O R7 realizou o levantamento com base em dados passados pelas defesas civis estaduais.

No Estado do Rio, as chuvas provocaram 72 mortes, segundo balanço da Defesa Civil até a última terça-feira (5). Mais de 1.860 pessoas estão desalojadas e cerca de 900 estão desabrigadas. O total de vítimas das chuvas já chega a 24.436. Em Angra dos Reis, com o deslizamento nas encostas houve 52 mortes. Os casos de mortes foram registrados a partir da chuva do dia 30 de dezembro.

Em São Paulo, a Defesa Civil Estadual divulgou balanço informando que até a última quarta-feira (6), 42 pessoas morreram no Estado devido às chuvas. Os dados são registrados desde dezembro de 2009. Uma pessoa continua desaparecida em São Luís do Paraitinga, no Vale do Paraíba.

Mais de 15 mil pessoas continuam desalojadas e 3.601 pessoas ainda estão desabrigadas no Estado. Na capital paulista, o temporal que alagou a cidade no dia 8 de dezembro provocou o transbordamento do rio Tietê, gerando caos no trânsito em toda cidade e o alagamento do Jardim Pantanal, na zona leste, que persiste até esta semana.

De acordo com CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), órgão municipal de monitoramento de emergências, entre sexta-feira (1º) e terça-feira (4) choveu 67,7 milímetros na cidade, o que corresponde a 28% da média mensal. Em dezembro, choveu 30% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Em Minas Gerais, as chuvas de dezembro atingiram principalmente a região metropolitana de Belo Horizonte, segundo o major Edilan Arruda, da Defesa Civil do Estado. Até terça-feira (5), o Estado havia contabilizado 14 mortes, 8.872 desalojados, 1.043 desabrigados e mais de quatro mil casas destruídas.

No Espírito Santo, os últimos dados de enchentes são de 4 dezembro, quando 11 cidades (Afonso Claudio, Castelo, Conceição de Castelo, Ibatiba, Brejetuba, Venda Nova do Imigrante, Cachoeiro de Itapemirim, Marechal Floriano, Laranja da Terra e Domingos Martins) registraram situação de emergência. Na data, foi registrada a morte de um bebê de 11 meses em Brejetuba. À época, 3.300 pessoas ficaram desalojadas e 600 desabrigadas.

Em Santa Catarina, não houve registro de enchentes. Os últimos dados são de novembro, quando temporais e vendavais causaram danos em todo o Estado. Em consequência, duas pessoas morreram e mais de 1.200 ficaram desalojadas. No período, 59 cidades entraram em estado de emergência.

No Paraná, as chuvas de 30 de dezembro até esta quarta-feira (6) afetaram quatro municípios, totalizando 583 desalojados, 121 pessoas desabrigadas, 20 pessoas levemente feridas. No total, houve 2.048 pessoas afetadas e uma morte.

Já no Rio Grande do Sul, o balanço do governo divulgado nesta quarta-feira aponta um total de 46 cidades atingidas pelas chuvas e dois mortos desde o último domingo (3). Entre novembro e janeiro, o Estado teve ao menos dez mortes, também causadas pelos temporais. Nestes primeiros dias de janeiro, foram registradas duas mortes.

Foram destruídas 27 casas e 507 ficaram danificadas. Ao todo 627 pessoas foram obrigadas a sair de suas casas. Desse total, 584 estão desalojadas – estão em casa de parentes ou amigos – e outras 43 estão desabrigadas – tiveram de ir para abrigos.