"O problema é na rebimboca da parafuseta!" Quem não ouviu essa expressão alguma vez na vida? Normalmente é usada para indicar um problema sério demais. Você acredita? Pois não deveria. Talvez pode não existir problema algum, apenas um malandro querendo enganar um motorista desinformado. Se há algo que deixa donos de carros receosos é, sem dúvida, o linguajar do setor automobilístico.

Mecânicos adoram falar difícil. O problema é que nem sempre estão errados, mas os motoristas, de um modo geral, não possuem muitas informações no que diz respeito à mecânica de automóveis. Para ajudar a esclarecer algumas dúvidas, o G1 preparou uma lista com alguns termos utilizados em artigos, nos manuais e também usados e abusados pelos mecânicos.

Acelerômetro – é um instrumento mecânico ou elétrico para medir e registrar a aceleração.

Alternador – é um componente do sistema elétrico dos veículos. Essa peça é movimentada pelo motor por meio de uma correia e, assim, produz energia elétrica para carregar a bateria, responsável por alimentar dispositivos elétricos, como os faróis. O nome alternador é empregado a este dispositivo pelo fato de ele gerar corrente alternada. Tal corrente segue pelo sistema elétrico para passar a ser contínua.

Ânodo – na bateria dos carros é o eletrodo com carga positiva.

Avanço da ignição – como o nome diz, significa antecipar algo, nesse caso a ignição do motor, ou seja, a queima da mistura ar/combustível. É utilizado para indicar o acerto da ignição, que pode atrasar ou adiantar. De modo geral, se estiver de uma forma ou de outra, o motor estará desregulado.

Balancim – trata-se de uma pequena alavanca que se move em torno de um eixo. Na prática, é como se fosse uma gangorra. Ela atua no sistema de abertura das válvulas por onde entrará a mistura de ar/combustível. Seu acionamento se dá pelos movimentos do comando de válvulas.

Batente – é um termo utilizado para os limites do curso da suspensão, por isso é comum ouvir alguém dizer que o carro deu batente, ou seja, quando a suspensão comprime-se toda a ponto de produzir uma pancada seca, o que indica que toda a suspensão passou por um grande esforço ou já não atua com eficiência.

Bitola – serve para indicar a distância lateral entre os centros das bandas de rodagem dos pneus em um mesmo eixo.

Borne – designação utilizada para os pinos da bateria em que os cabos são conectados.

Camisa – um cilindro metálico que é inserido no bloco do motor. Por ele os pistões se movimentam e quando ocorre algum dano, basta instalar novas camisas ao invés de retificar todo o bloco.

Cáster – é um termo utilizado na geometria da suspensão. É medido em graus e minutos e serve para indicar a inclinação do eixo em torno do qual a roda esterça, em relação à vertical. Essa medida tem fundamental importância na estabilidade e comportamento do automóvel, principalmente, em uma curva.

Chicote – é o conjunto de fios e cabos elétricos de diversas cores que ligam todos os componentes do sistema elétrico.

Coxins – são suportes feitos de metal e borracha em que o motor se apóia. Também se utiliza de coxins o câmbio, que fica acoplado ao motor. Sua finalidade é isolar o habitáculo das vibrações produzidas pelo motor. Esta peça também limita os movimentos do conjunto motor e câmbio durante as acelerações.

Cremalheira – termo muito utilizado nas fichas técnicas dos veículos. Trata-se de uma barra dentada que recebe o movimento do pinhão, cujo movimento veio da direção, comandada pelo condutor do carro.

Distribuidor – um componente do sistema de ignição cuja função é distribuir para as velas de ignição a corrente elétrica de alta tensão gerada pela bobina.
Estrias – são os sulcos que ficam a volta de uma engrenagem. Por meio das estrias uma engrenagem une-se à outra e quando uma peça perde o estriamento a engrenagem deixa de atuar com eficiência.

Fading – palavra em inglês utilizada para a perda temporária dos freios. Isso ocorre pelo excesso de aquecimento, que faz com que as lonas e pastilhas dos freios percam seu coeficiente de atrito.

Grimpamento – é o atrito exagerado de peças móveis que pode ocasionar danos. O mais comum é o grimpamento do pistão no cilindro do motor, que geralmente pode ter como causa a falta de lubrificação.

Junta esférica – também pode ser conhecido por articulador esférico. É muito utilizado nos componentes de suspensão e direção, por ser um tipo de articulador que permite uma grande amplitude de movimentos. Na prática, é um conjunto formado por um pino rosqueado de um lado e, do outra, uma esfera.

Manga – uma peça de alta resistência, geralmente feita de aço ou alumínio. Serve para apoiar o cubo da roda e quando utilizada na dianteira gira conforme os comandos da caixa de direção, para permitir o esterçamento.

Olhal – trata-se de um suporte móvel pelo qual uma mola é fixada ao chassi do veículo. Sua finalidade é tolerar a variação do comprimento da mola com o movimento da suspensão.

Rigidez torcional – é o quanto a carroceria ou estrutura de um automóvel suporta durante uma torção ocasionada pelas imperfeições do trajeto.

Sangria – serviço pelo qual é feita uma reparação na tubulação por onde circula o fluido de freio, da embreagem ou do sistema de arrefecimento. O objetivo é remover bolhas de ar que podem ser prejudiciais ao funcionamento desses sistemas hidráulicos.

Sede – é uma superfície, geralmente usinada, ou seja, com um espaço em que outra peça se assenta perfeitamente. O termo é muito empregado para sede de válvula.

Trambulador – é uma peça empregada nos câmbios manuais que seleciona a marcha conforme comando do motorista pela alavanca.

Tucho – peça cilíndrica que recebe movimento do ressalto do comando de válvulas. Do tucho o movimento segue por uma vareta, que aciona o balancim, caracterizando assim o funcionamento de um motor do tipo OHV, que significa overhead valves, traduzindo: válvulas no cabeçote.