Quase dois meses depois do cancelamento do concurso público do governo do Estado, 4 mil fiscais e coordenadores que trabalharam no dia da prova, 22 de novembro, ainda não receberam pelos serviços prestados e reclamam de um verdadeiro “calote” da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). Foram contratados 12 mil profissionais para atuar como fiscais de sala e de corredores, coordenadores e diretores das instituições de ensino, responsáveis pela aplicação das provas.
No entanto, apenas 8 mil prestadores de serviços tiveram o dinheiro depositado na conta bancária. Pelo dia de trabalho ficou estabelecido que cada um receberia R$ 120,00, e mais de R$ 1 milhão foi destinado para o pagamento dos fiscais. O prejuízo do Estado com a anulação do concurso por suspeita de fraude foi de R$ 5 milhões. Ao todo, foram 274 mil inscrições realizadas para concorrer a 10.086 vagas.
O secretário-chefe da Casa Militar, coronel Alexander Maia, coordenador do Comitê de Acompanhamento do Concurso Público do Estado de Mato Grosso, disse ao
Olhar Direto que a Unemat está atualizando alguns dados bancários para concluir os pagamentos. Ele explica que o problema não está na falta de pagamento, mas sim nos problemas detectados nos cadastros das pessoas como número de CPF, conta corrente de terceiros, número do PIS.
“O governo só poderá efetuar o pagamento quando todos os cadastros estiverem regularizados. Não é por falta de dinheiro e muito menos calote, mas há pessoas que não forneceram as informações solicitadas corretamente e, por isso, tiveram o bloqueio do dinheiro”, declarou.
O secretário-adjunto, tenente-coronel Genilson Antonio Secchi de Ávila, informou ainda que os pagamentos serão feitos aos fiscais até esta sexta-feira (15). A reportagem tentou conversar com a diretoria da Unemat, porém todos os telefones fornecidos pela instituição do setor responsável não atenderam.
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Com o cancelamento, as provas foram programadas para ser aplicadas em três diferentes datas. A primeira, para o nível fundamental, em 31 de janeiro. A segunda, para o nível médio, em 21 de fevereiro, e a terceira, para as pessoas que irão concorrer ao cargo de nível superior, no dia 21 de março.
Muitas falhas motivaram o cancelamento do concurso como "vazamento" de provas e gabaritos antes da aplicação das provas e não-treinamento de fiscais. A fim de evitar transtornos, os coordenadores e fiscais do concurso irão passar por um processo de treinamento especializado. A primeira fase do treinamento ocorrerá entre 18 e 23 de janeiro.
De acordo com dados do Comitê, apenas 0,3% dos 274 mil inscritos formalizaram o pedido de desistência. Para o primeiro dia de prova estima-se que sejam utilizadas 183 escolas.
