O Governo israelense se desculpou oficialmente ao da Turquia pela humilhação que seu vice-ministro de Assuntos Exteriores, Danny Ayalon, fez o embaixador turco em Tel Aviv passar há dois dias.
A carta foi redigida no mais alto nível de Governo, mas foi assinada pelo vice-ministro e enviada esta noite ao embaixador turco, Ahmet Oguz Celikkol.
Na carta, Ayalon escreve que as divergências entre Turquia e Israel devem ser resolvidas por meio dos canais apropriados e que não teve nenhuma intenção de ofender o embaixador, informa a edição eletrônica do jornal israelense "Ha'aretz".
Além disso, Israel pede desculpas caso alguém tenha sido ofendido, segundo a fonte.
A carta responde às ameaças do presidente turco, Abdullah Gül, de retirar o embaixador em resposta à atitude adotada por Ayalon na segunda-feira.
Segundo a imprensa local, ao convidar o embaixador turco para uma reunião, o vice-ministro israelense fez com que Celikkol sentasse em uma cadeira mais baixa do que a sua com a única intenção de humilhá-lo, convocando fotógrafos e câmeras para que registrassem a situação.
A Turquia exigiu ontem que Ayalon pedisse formalmente perdão a seu diplomata e ao povo turco, mas este se limitou a escrever uma carta na qual só assegurava que, da próxima vez, seria mais diplomático.
"Meu protesto contra os ataques a Israel por parte da Turquia continua sendo válido. No entanto, não é meu estilo faltar ao respeito à honra de embaixadores e no futuro esclarecerei minha posição de uma forma diplomaticamente aceitável", escreveu Ayalon em uma primeira carta.
Ancara considerou essa carta como "insuficiente". Hoje, Gül ameaçou chamar seu embaixador para consultas.
Após a hesitação inicial da diplomacia israelense e a intervenção do presidente de Israel, Shimon Peres, o Executivo do país resolveu redigir uma nova carta e pressionou o ministro de Assuntos Exteriores, Avigdor Lieberman, para que seu vice a assinasse.
Ayalon tinha convocado o embaixador turco para reclamar da transmissão de uma popular série televisiva turca de ação e espionagem, carregada com forte conteúdo nacionalista.
Em um de seus capítulos, aparece um agente do Mossad, o serviço secreto israelense, assassinando uma criança, o que gerou acusações de antissemitismo e de pôr a comunidade judaica turca em perigo.
A reunião foi organizada no escritório do "número dois" da diplomacia israelense no Parlamento, em vez de no Ministério de Assuntos Exteriores, como é habitual, e foi precedida por uma espera do embaixador no corredor, contrariando o protocolo.
Ayalon também se negou a apertar a mão de Celikkol e colocou na mesa apenas uma bandeira israelens