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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Aliados tentam blindar depoimento da cúpula do governo do DF em CPI

Apesar de a CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal ter aprovado a convocação de Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção, a base governista pretende blindar o depoimento da alta cúpula do governo local, evitando constrangimentos ao governador José Roberto Arruda (sem partido) e ao vice Paulo Octavio (DEM).


Ao todo, a oposição tem 456 requerimentos prontos para serem apresentados ao logo da investigação. Entre eles, estão o pedido de esclarecimentos de Arruda, do vice e de secretários do governo que são citados no inquérito do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que investiga o suposto esquema de pagamento e arrecadação de propina.

Na avaliação dos governistas, a presença de Arruda --flagrado em um vídeo recebendo dinheiro de suposta propina-- e de Paulo Octavio na CPI ainda é prematura. O relator da comissão, deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), ex-secretário de Justiça do governo, a prioridade neste momento deve ser as empresas de informática que supostamente alimentariam o esquema.

Questionado se já não há fortes indícios contra o governador que justifiquem sua convocação, Ribeiro repassa a questão aos colegas. Na CPI, os governistas ocupam quatro das cinco vagas. "Eu acredito que este tema tenha que ser definido pelo plenário. Eu vou procurar decidir tudo com a ajuda dos colegas. Ainda não sei se é o momento [de Arruda depor]", disse.

Delator

O depoimento de Durval à CPI ainda não é consenso entre os distritais. Não ficou definido quando nem como será realizado, tendo em vista que ele participa do serviço de proteção à testemunha. Em conversas com interlocutores nesta sexta-feira, Durval se disse "tranquilo" quanto à convocação e não descartou participar de uma acareação com o governador.

A ideia dos governistas é adiar ao máximo o depoimento do delator, ex-secretário de governo de Arruda. O relator chega a ver "vantagem" em ouvir Durval por último.

Para o relator, como Durval já deu depoimentos ao Ministério Público, a CPI pularia uma etapa ao deixá-lo por último, uma vez que já poderia checar as acusações com os convocados.

"Essa vantagem seria uma economia, não precisaria gastar tanto tempo ouvindo primeiramente o Durval, sendo que o inquérito conta com 20 depoimentos dele e trás informações que já poderiam se checadas com os acusados. Mas o plenário é soberano e será responsável pela palavra final", disse.

Para a oposição, Durval precisa ser o primeiro a ser ouvido. O deputado Paulo Tadeu (PT) defende que a sessão ocorra já na próxima semana e seja aberta à imprensa. "Ele precisa ser o primeiro. Ele tem todas as condições de mostrar como funcionava o esquema", afirmou.

Segundo o petista, na próxima semana os integrantes da CPI vão procurar o STJ e o Ministério da Justiça para discutir como o depoimento de Durval poderá ser viabilizado, uma vez que ele participa do programa de proteção a testemunha por ser o delator do esquema.

De acordo com o STJ, apesar de Durval participar do serviço de proteção, ele tem poder para decidir se quer ou não prestar às informações aos deputados distritais. Se o ex-secretário preferir não depor, ele pode recorrer à Justiça.
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