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Terça-feira, 07 de maio de 2024

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Pela 1ª vez, Sudeste encabeça ranking de libertações de 'escravos'

A Região Sudeste lidera a lista de trabalhadores resgatados em condições semelhantes à escravidão, segundo dados do Ministério do Trabalho obtidos com exclusividade pelo G1. O levantamento, concluído no dia 18 deste mês, mostra o número de trabalhadores resgatados em vários estados do país.


Pela primeira vez desde a criação dos grupos móveis de fiscalização do ministério, em 1995, o Sudeste superou todas as outras regiões (incluindo a Norte e a Nordeste, onde tradicionalmente o trabalho escravo é mais combatido) e chegou à marca de 1.068 resgates. É o equivalente a 30% de todas as libertações realizadas em 2009 (3.628). Nos anos anteriores do levantamento, os índices do Sudeste sempre ficavam abaixo dos 10%.

No último dia 6, o Ministério do Trabalho divulgou a “Lista Suja” dos empregadores flagrados explorando mão de obra escrava no país. Essa lista é atualizada semestralmente após as empresas e pessoas físicas terem direito a defesa e o processo ser concluído no ministério.

O Rio de Janeiro foi o estado em que mais foram efetuados resgates: 521. O estado deixou para trás Pará (326) e Mato Grosso (308), que costumam figurar nas primeiras posições nas estatísticas. Minas Gerais também conseguiu o feito, com 410 resgates. Já São Paulo contabilizou 38 libertações e o Espírito Santo, 99.

O aumento pode ser explicado, em parte, pelo trabalho de aprimoramento dos grupos rurais de fiscalização, das superintendências regionais.

Segundo o Ministério do Trabalho, no entanto, o número de libertações é “aleatório” e varia de acordo com a atividade fiscalizada. Por isso, o órgão diz que o importante é avaliar o número de operações realizadas. Neste caso, houve até uma diminuição: de 22 para 16, de 2008 para 2009, na região.

Subnotificação

O frei Xavier Plassat, coordenador do programa de combate ao trabalho escravo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), concorda. Segundo ele, muitos dos trabalhadores resgatados estavam trabalhando em lavouras de cana-de-açúcar. Uma blitz, nestes casos, pode resultar em várias rescisões trabalhistas.

Apesar disso, afirma, o aumento também pode ser atribuído a ações em uma região que não é submetida muitas vezes a uma avaliação rigorosa.

Para Plassat, um outro fator que faz a região Sudeste ocupar uma posição à frente da Norte é a subnotificação. “O número de libertados na região Norte do país é muito pequeno, foge da normalidade. E isso claramente não é sinal de sumiço do problema”, diz.
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