Os ex-policiais militares Hércules Araújo Agostinho e Célio Alves de Souza vão dividir a mesma cela dentro do Presídio Central do Estado (antigo Pascoal Ramos), em Cuiabá. A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso (Sejusp) garantiu segurança diferenciada para os presos, que são acusados de pertencer à organização criminosa liderada pelo bicheiro João Arcanjo Ribeiro.
A dupla chega nesta sexta-feira (22) escoltada por homens do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). A previsão de chegada ao Aeroporto Marechal Rondon é às 12h e será montado um forte esquema de segurança envolvendo as polícias Civil e Militar em escolta até a Penitenciária Central do Estado.
Em coletiva à imprensa na tarde de hoje (20), o secretário da Sejusp, Diógenes Curado, disse que a vigilância continuará sendo comandada pelo Batalhão de Guardas da Polícia Militar e ainda pelos agentes prisionais. No entanto, alguns servidores vão ser designados para auxiliarem, já que Célio e Hércules ficarão sozinhos na cela.
“Não vai ocorrer muitas mudanças na segurança. Até porque já houve um reforço no efetivo, no último ano, e ainda a reforma no presídio. Porém, haverá cautela especial”, declarou o secretário.
Por outro lado, Diógenes demonstrou incômodo quanto ao retorno dos dois comparsas de Arcanjo por ser considerados presos de alta periculosidade, mas reforçou que o presídio tem condições de abrigá-los. “Não poderíamos dizer que é bom eles voltarem para cá. Mas o presídio tem condições adequadas para o receberem e estamos trabalhando visando assegurar os presos”,reforçou.
Célio e Hércules foram transferidos da capital mato-grossense para a Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS) em 2007. A decisão para que a dupla retorne é do juiz da 5ª Vara Federal de Campo Grande, Dalton Igor, que teve o parecer favorável do Ministério Público Federal (MPF), e não acatou o pedido de permanência feito pela Sejusp. Eles estavam em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), cujo prazo de vigência que é no período de um ano, prorrogável por mais 365 dias, já estava vencido.
O juiz da 2ª Vara de Execuções Penais de Cuiabá, Adilson Polegato, chegou a declarar ser contrário a vinda dos dois, entretanto, preferiu não questionar a decisão.
A Penitenciária Central de Cuiabá conta hoje com 1,3 mil detentos. O secretário adjunto de Justiça, Tenente Coronel PM Zaqueu Barbosa, descartou a possibilidade de haver rebelião por conta da dupla e ainda ser “remota” o registro de fuga. “Atualmente contamos com equipamentos como detector de metais e portal, câmeras internas. Eles ainda não terão muito contatos com outros presos e também agentes”, frisou.
