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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Estudo antecipa início da vida na Terra em 800 milhões de anos

Cientistas americanos acreditam ter encontrado indícios de oxigênio e, portanto, de vida na Terra há 3,46 bilhões de anos, quase 800 milhões de anos antes do que se pensava.


O geoquímico Hiroshi Ohmoto e sua equipe da Universidade da Pensilvânia chegaram a essa conclusão após encontrarem diminutos cristais de hematite, um minério de ferro, em formação de jaspe (um tipo de pedra), na região de Pilbara, um sítio arqueológico no noroeste da Austrália.

Em um estudo publicado hoje na revista "Nature Geoscience", eles afirmam que isto demonstra a existência de uma extensão de água rica em oxigênio nesse local na época do Período Arqueano (de 3,6 bilhões a 2,7 bilhões de anos atrás).

Portanto, a descoberta indica a presença de microorganismos capazes de produzir oxigênio por fotossíntese 800 milhões de anos antes dos fósseis de micróbios fotossintéticos mais antigos conhecidos até o momento.

"Nosso estudo apresenta fortes indícios de fotossíntese e da oxigenação da atmosfera e dos oceanos há mais de 3,46 bilhões de anos", disse Ohmoto à agência Efe.

Após analisar as características químicas dos grãos de hematite, os cientistas concluíram que os cristais, desenvolvidos em um antigo mar que cobria aquela região, se formaram diretamente, provavelmente a temperaturas superiores a 60 graus Celsius, pela interação de fluidos hidrotermais e água do mar rica em oxigênio.

"Isto sugere a presença de um número suficiente de organismos capazes de realizar a fotossíntese como para oxigenar essa extensão de água pelo menos de forma ocasional", ressalta.

Ohmoto explicou à Efe que a hematite pode se formar pela ação dos raios ultravioleta ou do oxigênio e os cristais encontrados em Pilbara se desenvolveram em profundidades de mais de 200 metros, onde esses raios não chegam.

O único mecanismo possível nessas condições é uma reação entre fluidos hidrotermais ricos em ferro e água de mar rica em oxigênio, afirmou.

"Nossa descoberta indica que a origem da vida ocorreu há cerca de 3,5 bilhões de anos", afirma o cientista.

Até agora se achava que a fotossíntese só havia se desenvolvido há 2,7 bilhões de anos, sobre a base de moléculas biológicas encontradas em xistos (rochas) na bacia de Hamersley, que cobre uma parte da região de Pilbara.

Esta região da Austrália é importante para o estudo da história da Terra ao incluir grandes áreas vulcânicas e de sedimentos muito bem conservadas do Período Arqueano.
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