A carta de renúncia ao cargo de presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal entregue por Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM) nesta segunda-feira (25) foi redigida na noite de quinta-feira (21) passada. O G1 apurou com auxiliares que o então presidente afastado do posto por uma ordem judicial escreveu sozinho, em sua casa, as duas linhas que oficializaram a saída do cargo.

Atingido por denúncias de envolvimento com o mensalão do DEM de Brasília e flagrado nos vídeos da Operação Caixa de Pandora colocando maços de dinheiro nas meias, Prudente, segundo assessores, pegou uma cópia de sua carta e reuniu a família para uma conversa. Mulher, filhos, irmãos. Todos, além de amigos e aliados políticos, foram ouvidos pelo deputado.

“Ele fez a carta sozinho, à noite, e ficou esperando a família para conversar. Aí passou o fim de semana. Ele conversou com amigos e aliados e pediu para entregar hoje (segunda-feira)”, relatou ao G1, por telefone, um dos auxiliares próximos a Prudente.

Lideranças comunitárias e deputados mais próximos teriam sido ouvidos pelo parlamentar, que passou os últimos dias recluso em sua residência no Lago Norte, bairro nobre de Brasília. “Ele está abatido. Mas isso (a renúncia) tira um peso dele. Agora ele vai responder o que tiver que responder”, diz o auxiliar.

Renúncia

Prudente comunicou à Mesa Diretora da Casa, nesta segunda-feira (25), a sua renúncia ao cargo. "Comunico a vossas excelências minha renúncia ao cargo de presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal", escreveu Prudente no documento assinado na quinta-feira (21). Ele não justificou o motivo de sua decisão.

Para ser oficializado, o pedido de Prudente precisa ser lido no plenário da Casa, o que deve ocorrer na sessão marcada para 15h desta segunda. A partir da leitura do documento, a decisão deve ser publicada no Diário Oficial da Câmara, quando começa a valer o prazo de sete dias para a eleição do novo presidente do Legislativo do DF.