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Terça-feira, 07 de maio de 2024

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A ‘Suprema Luz’ de Susana Vieira

Susana Vieira, 66 anos, queria um carnaval diferente em 2009. Queria desfilar com roupa de diretoria, tranquila e sem sobressaltos. Mas essa tranqüilidade toda não combina com a mulher que há 14 anos é tida como madrinha da escola Acadêmicos do Grande Rio e que já desfilou como presidente de ala dos artistas, rainha de bateria e até na comissão de frente da agremiação. Para convencê-la a brilhar mais uma vez na Marquês de Sapucaí, o presidente de honra da escola, Jayder Soares, disse que faria uma fantasia estonteante para ela, e que se Susana não quisesse usar, ninguém mais o faria. Por fim, mandou dizer que o nome da fantasia seria “Suprema Luz”, numa referência ao rei francês, Luís XIV - que ficou conhecido como o Rei Sol -, e que será mencionado no enredo da escola que vai falar do ano da França no Brasil. Para a Grande Rio, Susana é o seu sol. O apelo emocional deu certo. E ela ficou tão animada que agora só pensa nisso. Em um bate-papo no barracão da escola, na Cidade do Samba, no centro do Rio, pontuado por risadas e bom humor, ela contou que deixou propostas para o teatro de lado porque só consegue pensar em purpurina.


“Fevereiro é o mês mais quente do ano, tem ar condicionado, samba que te obriga a cantar. Ou seja, tudo de ruim para uma atriz, mas tudo de bom para a vida. Em março, eu leio os textos(risos). Em fevereiro só penso em fantasia, no sapato, só penso em purpurina. Aliás, todo mundo fica louco nessa época, né? As mulheres começam a tirar a roupa para se queimar na praia, as melancias ficam muito maiores (risos). Fica uma doidera”, brinca.

Mas não é só isso. Susana também falou dos planos para depois do carnaval. Disse que quer voltar logo a fazer novelas, que está fazendo análise e que isso a levou a pensar em escrever um livro.

“Precisei fazer análise devido as últimas ocorrências traumáticas e injustas que aconteceram na minha vida. A análise me ajudou a voltar a ser leve, voltar a ser alegre, ver que os defeitos foram todos do outro lado e que fui julgada pelas pessoas por ser mais velha ou mais rica. Minha analista já disse que não preciso mais fazer análise, diz que preciso escrever um livro”, conta ela que vai seguir o conselho e, entre outras coisas, abordar o preconceito contra a mulher.

“Fiquei chocada como a mulher ainda sofre preconceito em pleno século XXI. Aliás, não é só contra a mulher. Sofri preconceito por causa da idade, preconceito porque fiz sucesso na vida. Mas o desrespeito em relação às mulheres e, principalmente com as atrizes, é muito grande. Se um fato desses tivesse acontecido com um ator, duvido que achincalhassem com a pessoa como fui achincalhada”, diz.

EGO:Como começou sua ligação com o carnaval?
SUSANA VIEIRA: Minha história no carnaval começou quando era casada com o Régis Cardoso, teve uma época em que ele era o responsável pela transmissão dos desfiles da Globo, e eu o acompanhava. Na verdade, antes disso, desfilei como porta-bandeira na União da Ilha do Governador, quando esta ainda era um bloco, desfilei três vezes pelo Salgueiro e também na Unidos da Tijuca. Na Grande Rio, desfilo há 14 anos, desde que a escola era do grupo de acesso. Carnaval para mim é alegria, mês de fevereiro não quero fazer nada. Meu produtor teatral está louco atrás de mim para eu ler uma peça, mas não consigo me concentrar, só penso nisso. A única coisa que não faço nessa época é correr para academia, não vou me preparar para o carnaval, sou preparada para a vida. Por isso que cheguei na idade que cheguei inteirona. (Veja mais no Dois Cliques)

Atriz contou que pretende escrever um livro
O que te fez ficar na Grande Rio por tanto tempo?
SUSANA VIEIRA: Nas outras escolas, minha presença era circunstancial ou por meio de convites de amigos. Na Grande Rio, inaugurei a ala dos artistas, vi a escola crescer, chegar mais gente, comecei a vir ao barracão, à quadra que fica em Duque de Caxias (município do Rio), fui ficando e me apaixonei.

Mas você não ia desfilar esse ano, ia?
SUSANA VIEIRA: Não, esse ano queria vir sem fantasia, com roupa de diretoria. Mas o Jayder estava muito triste, triste feito uma mexerica azeda (risos). Ele mandou o David Brazil me ligar dizendo que tinha arrumado uma fantasia linda. Eles bolaram até um nome daqueles para me conquistar. Colocaram o nome de “Suprema Luz”, na fantasia, e disse que se eu não quisesse, ninguém mais usaria a roupa. Daí, resolvi dar essa alegria para ele.

E planos para depois do carnaval? É verdade que você está querendo voltar a fazer novela?
SUSANA VIEIRA: É sim. Nunca fiquei tanto tempo sem trabalhar. Terminei de gravar em maio de 2008, e estou nove meses sem decorar texto. Estou com vontade de me exercitar como atriz. É como aula de balé, se você fica sem dançar, você vai ter dificuldade. Acho que o ator precisa se exercitar. Os próximos autores serão o Silvio de Abreu e Manoel Carlos. O Silvio foi o primeiro autor a me colocar na novela com dois amantes, adorei isso. Ele não deixa nunca meu ego ficar lá embaixo. Eu sempre tenho dois ou três galãs querendo me beijar. Já o Manoel, escreveu “A Sucessora”, que eu chamo de minha novela favorita. Como sei que o Aguinaldo Silva só vai escrever lá na frente, não quero ficar esperando. Estou cantando todo mundo, se eles quiserem me ouvir. Estou disponível para todos. Também tenho projetos com o Sandro Chaim, que produziu “A namoradinha do Brasil”. Ele quer me botar no teatro porque acha que sou satisfação garantida, mas não tenho essa certeza, não, porque nós atores somos todos inseguros. Ele já me chamou para ler texto, mas estou em clima de carnaval, e não estou com cabeça com isso. Fevereiro é o mais quente do ano, tem ar condicionado, samba que te obriga a cantar. Ou seja, tudo de ruim para uma atriz, mas tudo de bom para a vida. Em março, eu leio os textos(risos).

Mas Susana Vieira ainda fica insegura?
SUSANA VIEIRA: Tenho insegurança, sim. Os grandes atores ficam inseguros porque na hora de entrar em cena pode acontecer uma surpresa. Sou mais segura como pessoa do que como atriz. Se bem que hoje em dia, chego a conclusão de que estou mais segura como atriz do que como pessoa.

Foi por causa dessa insegurança que você foi procurar análise?
SUSANA VIEIRA: Precisei fazer devido as últimas ocorrências traumáticas e injustas que aconteceram na minha vida. Coisas que vieram dos outros, prova de que não adianta você ser generoso porque quando o ser humano quer ser mau, ele é mau mesmo. Tinha muita coisa negativa em cima de mim. Com isso, minha melhor amiga, Arlete Salles, me avisou que era bom eu fazer um pouco de análise para não entrar em depressão. Tinha também o povo brasileiro me cobrando para que eu fosse para a rua, me mandando mensagem. Tive oração de todos os lados. Fui rezada por freiras, irmãs evangélicas, por padres, pessoas mandando cartas. Estou com São José de um lado e a bíblia do outro. Estou cercadíssima de coisas boas agora. Mas antes, não queria sair de casa, estava assustada diante de tanta covardia. Tive síndrome do pânico, e a Arlete Salles me recomendou uma psiquiatra maravilhosa, que é a Dra. Ana Beatriz. Ela escreveu livros sobre mentes. O ultimo livro dela se chama “Mentes doentes”, e foi ele que me fez entender um pouco mais tudo. Teve a terapia que me fez entender muitas coisas também. Até porque não dá para virar a página de um dia para o outro. A análise me ajudou a voltar a ser leve, alegre, ter confiança em mim mesma, ver que os defeitos foram todos do outro lado e que foi um absurdo o achaque que sofri da imprensa. Não posso admitir que em uma questão absurda como a que aconteceu, eu fosse julgada. Fui vítima. Não fiz nada. Deixei que as pessoas me julgassem dizendo que tudo tinha acontecido porque eu era mais velha ou mais rica. Fui muito achincalhada. O que mais me chocou foi a inversão das coisas. Permite-se ao homem trair, ser desonesto, ser covarde. E meu único crime era ser mais velha, mais rica do que ele? Isso me feriu. Fiquei chocada como a mulher ainda sofre preconceito em pleno século XXI. Aliás, não é só contra a mulher. Sofri preconceito por causa da idade, preconceito porque fiz sucesso na vida. Mas o desrespeito em relação às mulheres e, principalmente com as atrizes, é muito grande. Se um fato desses tivesse acontecido com um ator, duvido que achincalhassem com a pessoa como fui achincalhada Isso tudo me deixou muito frágil. Mas minha analista já disse que não preciso mais fazer análise, diz que preciso escrever um livro. E minha saída vai ser essa.

Você descobriu algo de bom nesse processo?
SUSANA VIEIRA: Nada. Não houve nada de bom nisso. Só houve perda. Só sei que tenho muito equilíbrio na hora do perigo e muita força, mas não sabia que eu era tão amada pelo público, sem nenhuma restrição e que Deus me amasse tanto também. Porque ele me abençoou na hora em que eu nasci. Só pode ter sido isso porque eu mereci o coroamento de ter Deus cuidando de mim. E Ele me deu essa resposta. Vou te dizer: nem novela da Glória Perez teria uma resposta tão clara e tão maravilhosa.

E o que você pretende colocar no livro?
SUSANA VIERIA:Toda vez que eu vou na Dra. Beatriz, conto uma história, e ela diz que eu teria que colocar isso em um livro. Colocaria coisas que me acontecem, mas não é uma autobiografia, até porque não tenho uma vida tão assim. Vou publicar a minha ótica sobre coisas, já que sou tão popular(risos). Quero que meu livro venda bastante para eu deixar bastante dinheiro para o meu filho. Minha herança(risos). Passado o carnaval, pretendo a começar a ser mais séria. Porque agora só estou pensando em purpurina.
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