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Terça-feira, 07 de maio de 2024

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Diretor lamenta críticas por gostar de Hollywood

Para quem ainda tinha dúvidas que Bertrand Tavernier é o mais americano dos diretores franceses, In the Electric Mist, seu mais recente filme exibido na Berlinale, confirma a sintonia do realizador muito mais com a cartilha de Hollywood do que com o pensamento cinematográfico europeu.


"Adoro a fórmula do filme americano da história bem contada, com começo, meio e fim; enfim, um filme que se fecha, explica tudo ao espectador", disse ao Terra em meio a uma entrevista com um grupo de jornalistas. "Nada de final aberto, para o espectador pensar em casa; comigo tudo tem que se resolver na tela, dentro da sala de cinema, e essa foi uma fórmula que só Hollywood soube armar com perfeição, com encanto".

Ninguém pense, no entanto, que a mão de Tavernier não faz a diferença na fórmula hollywoodiana ao adaptar o romance de James Lee Burke que se passa numa Louisianna antes de ser devastada pelo Katrina, mas que o cineasta fez questão de atualizá-la para pós-furacão. É uma história, na síntese da trama, sobre assassinato em série, mas fundamentalmente sobre o quanto a moral e a justiça são relativas.

Tavernier é o que se pode chamar de um amigo americano. Desde os tempos da Nouvelle Vague, nos anos 60, e seus integrantes com quem, aliás, teve brigas homéricas, ele é um defensor do cinema americano. O grande cinema, claro, de John Ford, por exemplo. Colaborou com a mítica revista Cahiers de Cinema e escreveu livros sobre a história da cinematografia de língua inglesa e seus protagonistas. "O mais recente que reeditei na França pesa oito quilos e tem 500 fotos".

Nesta entrevista, contou também que foi assessor de imprensa nos anos 70 de muitos diretores dos Estados Unidos. "Mas não só, gostava e trabalhei também com ingleses como Michael Powell". Ele atribui a essa aproximação a possibilidade de sempre acompanhar cineastas e atores americanos que podem ter influência sobre seu trabalho. Foi acompanhando os últimos trabalhos de Tommy Lee Jones, tanto de ator como diretor, que ele decidiu chamá-lo para seu protagonista em In The Electric Mist.

"Ele é o rosto que eu precisava para o personagem, um tipo marcado pela vida, cansado, que não tem muito a perder com as atitudes e escolhas erradas que faz às vezes".

As publicações americanas presentes em Berlim, como a Screen International e a Hollywood Reporter, foram as menos animadas com o resultado da fita. "Eu sempre fui criticado por gostar da narrativa hollywoodiana, tanto na Europa, como nos Estados Unidos; mas continuarei no meu caminho apesar dessas opiniões".
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