A Presidência de Honduras destituiu o diretor de Imigração, Nelson Willy Mejía, por ter barrado ontem a entrada no país da vice-cônsul do Brasil, Francisca Francinetti de Mello, informou o ministro do governo, Africo Madrid, que se disse "indignado" com a situação.

"No aeroporto internacional Toncontín, oficiais da Imigração não a deixaram ingressar em Tegucigalpa, ela foi praticamente deportada do país por ter tido o visto recusado pelo governo anterior de Roberto Micheletti", declarou o ministro.

Uma fonte do setor de imigração hondurenho disse à agência de notícias Efe que a ordem para impedir a entrada da brasileira partiu da chancelaria do país.

O substituto do chefe para imigração deverá ser anunciado nos próximos dias.

O presidente Porfírio Lobo, que assumiu na quarta-feira (27) a Presidência de Honduras no lugar de Micheletti, procura recompor as relações com a comunidade internacional, que excluiu Honduras depois do golpe de Estado contra Manuel Zelaya, em 28 de junho passado.

Zelaya permaneceu refugiado na Embaixada do Brasil a partir de 21 de setembro do ano passado, depois de ingressar clandestinamente no país. Ele deixou o local em 27 de janeiro, mesma data da posse de Lobo, e partiu para o exílio na República Dominicana.

Reação

Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, tentou minimizar o episódio, que ele classificou como "um equívoco".

"Isso foi certamente um equívoco e um mal-entendido. Quando eu tomei conhecimento, o problema já estava até resolvido. Fui informado de que ela [a vice-cônsul] vai poder entrar. Inclusive tenho informação [baseado em jornais] de que até o diretor de imigração havia sido demitido", informou o chanceler.

Conforme Amorim, a restrição foi "um resquício de um regime que já terminou".

De acordo com Madrid, a diplomata brasileira chegou ao aeroporto Toncontín, da capital Tegucigalpa, em um voo comercial saído de Miami, nos EUA, mas teve a sua entrada negada --o motivo alegado não foi revelado. Ela acabou enviada de volta para os EUA.