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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Apreensão de matéria-prima do crack sobe 250% no Brasil; confisco de cocaína no aeroporto de Guarulhos aumenta 52%

Ao fechar o balanço das atividades de repressão aos narcóticos em 2009, as autoridades da Polícia Federal (PF) detectaram dois movimentos que servem como termômetro da ação dos traficantes nacionais e internacionais no Brasil.


O primeiro dado que salta aos olhos nas planilhas mostra que aumentou no Brasil em cerca de 250% as apreensões da chamada pasta base de coca (base para a produção do crack e cocaína) em relação a 2008. Foram 1,4 tonelada da substância, maior quantia tirada de circulação pelos policiais na última década, um recorde muito acima da média histórica anual confiscada.

Segundo Cairo Costa Duarte, chefe do serviço de inteligência antidrogas da PF, o volume encontrado na mão de criminosos é mais uma prova de que o tráfico de crack (uma droga mais barata, já que não precisa ser refinada) está pulverizado pelo país, sem poupar nenhuma região. “É um problema de saúde pública. Não se exporta pasta base para fora, o que mostra que o transporte da substância para uso interno está cada vez mais intenso”, argumenta.

Com a alta quantidade apreendida, esperava-se que o acesso ao crack fosse dificultado nas capitais brasileiras. No entanto, o que se vê atualmente é uma contínua facilidade para encontrar o produto, um sinal de que os fornecedores estão produzindo cada vez mais a pasta base, superando a fiscalização intensa e garantindo um ágil abastecimento das pequenos traficantes locais, segundo a PF.

Pelo levantamento da PF, o Pará foi o campeão no confisco da matéria-prima do crack, com 825 quilos, seguido do Espírito Santo, com 214 quilos, e do Maranhão, com 113 quilos. Como explica o delegado, a PF está atuando em conjunto com as secretarias estaduais de Segurança Pública para intensificar ainda mais esse combate. “Além disso, por meio de convênios, estão agentes infiltrados nos países produtores, como Bolívia, Perú e Colômbia, fora toda nossa ação nas fronteiras”, afirmou.

Cocaína
Os números tabulados pela PF mostram que, por sua vez, as apreensões de cocaína apresentaram uma leve queda. Em 2008, foram 19,7 toneladas confiscadas no Brasil. Em 2009, foram 18,8 toneladas.

Especificamente no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), no entanto, a situação encontrada foi outra. A delegacia instalada em Cumbica encontrou 1,3 tonelada de cocaína com passageiros tentando sair do país, um aumento de 52% em relação aos números de 2008, quando foram 872 quilos achados durante as operações de embarque para outras nações.

No total, foram presas 439 pessoas por tráfico de entorpecentes no aeroporto de Guarulhos no ano passado, entre eles 52 brasileiros, 44 espanhóis, 28 romenos, 28 bolivianos, 25 sul-africanos, 24 angolanos, 18 búlgaros, 18 nigerianos, 17 portugueses, 11 holandeses e 10 poloneses.
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