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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Jornalista acusa Arruda de comandar operação de suborno no DF

Testemunha do esquema de arrecadação e pagamento de propina no Distrito Federal, o jornalista Edson Sombra acusou nesta sexta-feira o governador José Roberto Arruda (sem partido) de comandar uma operação para tentar suborná-lo.


Em entrevista à imprensa, Sombra afirmou que pelo menos quatro emissários foram usados por Arruda para tentar convencê-lo a desmentir as denúncias feitas pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa à Polícia Federal. "Tudo versava numa tentativa de me cooptar para mudar meu depoimento", disse Sombra.

Segundo ele, emissários do governador Arruda começaram a procurá-lo em 8 de janeiro de 2010, entre eles o deputado distrital Geraldo Naves (DEM) e o secretário de Comunicação do Distrito Federal, Welligton Moraes.

À Polícia Federal, Sombra apresentou um bilhete escrito por Arruda que lhe foi entregue por Naves. O último enviado de Arruda foi Antonio Bento, que integra o Conselho Fiscal do Metrô do Distrito Federal e ocupa a gerência comercial do jornal de propriedade de Edson Sombra.

"Eu só resolvi conversar com o [Antonio] Bento sobre este assunto depois que eu tirei o Geraldo Naves, pedi para que fosse o [Welligton] Moraes e depois o governador do Distrito Federal botou o Bento", explicou Sombra, que procurou a Polícia Federal em 21 de janeiro.

Com a PF, Sombra montou o flagrante de Antonio Bento, que está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, para onde foi transferido depois de prestar depoimento à Superintendência da PF.

Bento foi preso após entregar uma sacola com R$ 200 mil para Sombra em um restaurante no bairro Sudoeste de Brasília. O dinheiro era destinado ao suborno.

Naves confirmou que o bilhete entregue ao jornalista Edson Sombra foi, de fato, escrito pelo governador Arruda, mas negou que faça parte de uma tentativa de suborno.

Segundo o distrital, que admitiu a entrega do bilhete a Sombra em nome do governador, o recado de Arruda tinha o objetivo de tranquilizar o jornalista, que temia uma queda no número de anúncios publicitários e de verba de patrocínio em seu jornal depois do escândalo denunciado por Durval Barbosa.

"O bilhete é verdadeiro, mas não se trata de suborno. Depois da crise, Sombra teve medo de perder patrocínio. Nunca recebi proposta para subornar alguém", disse Naves.

Outro lado

A defesa do governador do Distrito Federal negou que ele tenha mandado qualquer bilhete ao jornalista e acusou a Polícia Federal e Ministério Público Federal de perseguição política.

Segundo os advogados José Gerardo Grossi e Nélio Machado, Arruda tem o "hábito" de fazer "rascunhos" em folhas de papéis, em forma de tópicos, enquanto está conversando e a tentativa de suborno seria uma armação.

"Não é bilhete. É um papel rascunhado. O governador tem mania de falar e escrever. É um roteiro e foi isso que foi feito com Geraldo Naves. Esse papel ardilosamente foi transformado em algo escuso", disse Grossi.
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