O presidente Luiz Inácio Lula da Silva empossou nesta quarta-feira (10) Luiz Paulo Barreto como novo ministro da Justiça. Ele substitui Tarso Genro, que deixa a pasta para disputar o governo do Rio Grande do Sul. Barreto era o secretário-executivo do ministério.

Lula disse que no seu governo o Ministério da Justiça teve continuidade, diferente de outros governos em que o ministro dessa pasta foi trocado muitas vezes. “Tivemos outros momentos em que o ministério não conseguia executar uma política de Ministério da Justiça em que se trocou muita gente. Tivemos um período em que teve oito ou nove ministros”, disse Lula em referência ao governo Fernando Henrique Cardoso.

Nascido no Rio de Janeiro, ele tem 46 anos, é graduado em Ciências Econômicas pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (Ceub) e também é bacharel em Direito pela mesma instituição. O futuro ministro é funcionário de carreira do Ministério da Justiça há mais de 20 anos. Ele já exerceu funções de Chefe da Divisão de Nacionalidade, da Divisão de Naturalização, da Divisão de Nacionalidade e Naturalização e Chefe da Divisão de Permanência de Estrangeiros.

Também já foi diretor do Departamento de Estrangeiros e atualmente, além de secretário-executivo, preside o Comitê Nacional para os Refugiados. Barreto é o primeiro funcionário de carreira do Ministério da Justiça que assume a pasta desde a redemocratização do país.

Homem de confiança

Tarso era um homem da confiança de Lula no governo. Em 2003, ele assumiu a presidência do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que reúne pessoas ligadas aos movimentos sociais e empresários. Dentro do Conselhão, como é conhecido o órgão, foram gestadas propostas das reformas previdenciária, tributária e política, por exemplo, que depois foram encaminhadas ao Congresso.

Depois disso, o petista assumiu o Ministério da Educação e elaborou o Programa Universidade para Todos (ProUni). Ele deixou a pasta para comandar interinamente o PT, cuja direção tinha sido substituída após o escândalo do mensalão.

Depois disso, o ex-ministro comandou durante alguns meses a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), que é responsável pela relação entre o Executivo e o Legislativo. Em seguida, Tarso assumiu o Ministério da Justiça.

Trocas

O presidente agradeceu a Tarso pela participação em várias áreas do governo e disse que deve seguir a mesma linha na substituição de outros ministros no ano eleitoral escolhendo os secretários-executivos como substitutos.

“Todo mundo sabe, eu estou fazendo uma opção nesse ultimo ano de governo, vários ministros querem ser candidatos e é legitimo, e na medida do possível vou colocar secretário-executivo para ser ministro. Não vou inventar, trazer uma pessoa nova, porque isso significa que a pessoa vai trazer outro chefe de gabinete, outra secretaria e aí até montar a equipe acabou o governo. Não quero criar embaraço para ninguém, nem para que um partido aliado ou mesmo o PT venha a pedir um novo cargo e nem para constranger uma pessoa nova que tem que tirar uma pessoa que está lá há muito tempo”, argumentou Lula.

O presidente também tem dito que o restante das substituições deve acontecer só no final de março.