O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, disse hoje que seu país recebeu "novas ofertas" para uma troca nuclear, apesar de França e Rússia terem negado esta informação na segunda-feira.
"Diferentes propostas foram enviadas ao Irã nos últimos dias para a troca nuclear e estão sendo estudadas", disse Mehmanparast em sua entrevista coletiva semanal.
A informação sobre as novas propostas foi revelada ontem pelo diretor da Agência Iraniana de Energia Atômica, Ali Akbar Salehi, por meio da agência de notícias "Ilna".
Pouco após a divulgação das declarações de Salehi, tanto a França como a Rússia, países envolvidos nas negociações com o Irã, negaram a existência de uma nova oferta. De acordo com os dois países, a única proposta válida é a que foi apresentada em novembro por meio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Se aceitasse essa oferta, apoiada pelos Estados Unidos, o Irã enviaria para o exterior seu urânio a 3,5% e depois o receberia enriquecido a 20%.
O regime iraniano, no entanto, insiste em uma troca escalonada e no interior de seu território, condições não aceitas pelas outras nações.
Além disso, na semana passada, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou que havia mandado começar o processo de enriquecimento na central de Natanz, no centro do país.
Em resposta, os EUA, apoiados pela França e o Reino Unido, decidiram aplicar uma nova série de sações à República Islâmica.
A esse respeito, Mehmanparast voltou a ressaltar hoje que o fato de o Irã produzir urânio a 20% "não contradiz a troca nuclear", motivo pelo qual o país "está considerando a nova oferta para alimentar seu reator em Teerã".
"As discussões sobre a compra de combustível derivado do petróleo e a troca nuclear fazem parte dos programas nacionais a longo prazo, que têm como objetivo gerar energia e contribuir para o setor médico", concluiu.