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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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ONU estende prazo para investigações sobre crimes de guerra em Gaza

A Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu nesta sexta-feira um prazo adicional de cinco meses para que Israel e os palestinos investiguem independentemente as acusações de crimes de guerra durante a operação contra o movimento islâmico Hamas, na faixa de Gaza, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.


A Assembleia aprovou a resolução por 98 votos a favor, sete contra e 31 abstenções. Outros 56 países não votaram.

A ONU alertou, contudo, que se as investigações não forem concluídas, "maiores ações" serão tomadas pelos seus órgãos, como o Conselho de Segurança.

Em novembro, a Assembleia Geral deu a Israel e aos palestinos três meses para realizarem "investigações credíveis independentes" sobre as descobertas do relatório de especialistas da ONU, liderados pelo juiz sul-africano Richard Goldstone.

O relatório foi elaborado a pedido do Conselho de Direitos Humanos e afirma que Israel fez uso desproporcional da força e violou o direito humanitário internacional. O texto porém pondera que o lançamento de foguetes pelos insurgentes palestinos --que motivaram a operação, segundo o governo de Israel-- também configura crime de guerra.

"É hora de reverter e por fim ao comportamento destrutivo e obsceno de Israel e começa por garantir que se peçam responsabilidades e que se castiguem os responsáveis pelos crimes de guerra", disse o representante palestino perante a ONU, Riad Mansur.

Ele afirmou ainda que as investigações realizadas por Israel até então não são independentes e críveis, como estabelece o relatório GOldstone.

Já a embaixadora de Israel ante a ONU, Gabriela Shalev, afirmou que os procedimentos abertos por seu país sobre a atuação dos soldados em Gaza "cumprem com os parâmetros internacionais".

"Israel, que afronta uma ameaça mortal contra sua existência, mantém o compromisso de respeitar o direito internacional e as leis dos conflitos armados", disse Shalev, que colocou em dúvida a credibilidade da investigação palestina.

Ofensiva

Israel lançou em 27 de dezembro de 2008 uma grande ofensiva contra o grupo Hamas na faixa de Gaza com objetivo declarado de retaliar o lançamento de foguetes contra o território israelense.

Segundo o Centro Palestino de Direitos Humanos, a operação deixou 1.434 palestinos mortos --incluindo 960 civis, 239 policiais e 235 militantes. Já as Forças de Defesa israelenses admitiram ter matado 1.370 pessoas, incluindo 309 civis inocentes, entre eles 189 crianças e jovens com menos de 15 anos.

Diversos grupos de direitos humanos divulgaram relatórios criticando os dois lados por crimes de guerra --Israel pelo abuso de força em um território populoso e o Hamas por usar humanos como escudos e por atirar foguetes indiscriminadamente contra Israel.

O Exército israelense realizou uma investigação interna em abril passado diante de relatos publicados no jornal israelense "Haaretz" de soldados que lutaram na recente ofensiva na faixa de Gaza e que descrevem assassinato de civis inocentes, além de um bilhete que ordena ataques a equipes médicas e a campanha dos rabinos do Exército para transformar a operação em uma "guerra santa". Na época, as Forças Armadas israelenses rejeitaram as denúncias como boatos.
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