Seis dos 13 passageiros do micro-ônibus incendiado na Cidade de Deus , em Jacarepaguá, na Zona Oeste, permanecem hospitalizados. Eles sofreram queimaduras de até segundo grau, principalmente na face, no tórax e nos braços.
De acordo com a PM, a paciente Rosângela dos Santos Silva, de 44 anos, que estava internada no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), recebeu alta no final da tarde de quarta-feira (3).
Já a paciente Cristiane da Silva Maciel, que estava na emergência do HCPM, foi transferida para um quarto. Seu quadro é estável e não há previsão de alta.
Segundo a assessoria do Hospital Cardiotrauma, Ana Sheila de Souza continua internada em estado grave. Ela teve 40% do corpo queimados. O paciente Antônio Carlos Godoy, que está no Hospital do Andaraí, também continua em estado grave. Ele está lúcido e se recupera das queimaduras.
Também inspiram cuidado, segundo a Secretaria municipal de Saúde, Naira Martins, que está no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, Laiz de Melo Rdoruges e Paula Núbia Rodrigues, que estão no Hospital Souza Aguiar, no Centro. Não há previsão de alta dos pacientes.
Quatro suspeitos identificados
A Polícia Civil identificou na noite de quarta-feira (3) quatro suspeitos de terem participado do ataque na noite de terça-feira (2).
"Ainda não tenho uma prova cabal que constate o envolvimento dessas pessoas, mas diante dos testemunhos que ouvimos nesta quarta-feira, há indícios que essas pessoas tenham participado do ataque", explicou o delegado João Luiz Garcia, titular da 32ª DP (Taquara), onde o caso foi registrado.
O delegado informou que a polícia fará buscas pelos suspeitos na quinta-feira (4) e ao longo da semana.
Imagens de dois estabelecimentos próximo ao local de onde aconteceu o ataque podem ajudar a esclarecer o crime.
Pedra jogada no para-brisa
O motorista do micro-ônibus negou a participação de uma grávida no ataque. Em depoimento à polícia na quarta-feira (3), ele afirmou que um homem jogou uma pedra no para-brisa do ônibus para que o veículo parasse. O motorista disse ainda que quatro pessoas teriam participado do incêndio.
Segundo os depoimentos iniciais de testemunhas, uma gestante teria feito sinal para o micro-ônibus parar.
Cinegrafista registra ataque
Um cinegrafista amador registrou as imagens do ataque, dez minutos depois da ação. As imagens mostram o ônibus ainda em chamas, o momento em que a ambulância chega para socorrer as vítimas, a ação dos bombeiros, e ainda o desespero das pessoas que sofreram queimaduras.
O governador Sérgio Cabral atribuiu o ataque ao sucesso das Unidades Pacificadora de Polícia (UPPs) e garantiu que projeto será ampliado para outros pontos da cidade.
O delegado da 32ª DP (Taquara), João Luiz Garcia, informou que o pai, a irmã de 15 anos e um primo do suspeito detido com drogas na noite de terça-feira (2), na Cidade de Deus, prestaram depoimento nesta quarta-feira (3).
De acordo com a PM, o micro-ônibus da Linha 701 foi atacado e incendiado, enquanto o rapaz, que foi preso por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) com 75 trouxinhas de cocaína, era levado para a delegacia.