A Cadeia Feminina de Rondonópolis voltou a ser palco de um motim na tarde desta segunda-feira (15). Cerca de 90 presas se rebelaram e para chamar a atenção das autoridades queimaram colchões e quebraram portas, entre outras avarias. À unidade prisional.

Esta é a segunda vez no mês que as detentas se manifestam, no entanto, segundo o comandante do 5º Batalhão de Policia Militar de Rondonópolis, Major Vanilton Fixina, o motim desta segunda causou mais estragos na unidade. Duas presas tiveram que ser socorridas e levadas ao Pronto Atendimento Municipal (PA), uma com ataque epilético e outra por problemas cardíacos.

A situação teve início por volta das 13h30 e foi contida aproximadamente às 17h30 com a interferência do juiz corregedor dos presídios e da Vara de Execuções Penais, Wladimir Perri. No último motim, no dia 3 de março, as presas se rebelaram devido a mudança na direção do presídio.

No lugar de Edson Martins foi nomeada como diretora da unidade a agente prisional Bernadete Gonçalves Leão Saggin, que estava lotada há dois anos na Delegacia Especializada do Adolescente. A mudança atende a lei 12.1211/09, que exige a direção de uma mulher em cadeias femininas.

As detentas, no entanto, querem que a agente prisional e coordenadora de disciplina Marlene de Souza seja a diretora. O pedido foi levado ao secretário de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado, no início do mês, pela presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Sandra Raquel Mendes, mas como ainda não houve decisão sobre a indicação as presas se rebeleram novamente.

De acordo o major Vanilton, devido ao motim 15 detentos foram transferidos para o novo anexo do presídio da Mata Grande nesta tarde. Além da Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros esteve na unidade para conter o fogo ateado nos colchões. O coronel Pery Taborelli, comandante regional da PM, também esteve na unidade.

Segundo informações extra-oficias, reeducandos do presídio da Mata Grande estariam em greve de fome desde este domingo (14). A reportagem do Olhar Direto não conseguiu manter contato com o diretor da unidade, Raimundo Vasconcellos, para obter mais informações sobre a situação.