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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

Notícias | Brasil

Ex-PM que protegia traficante Nem era agente duplo, diz polícia

O ex-policial militar Carlos Henrique Pereira Januária, acusado de fazer segurança e de alertar o traficante de drogas Antônio Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, sobre operações policiais na favela, também fornecia informações da quadrilha do criminoso para ajudar nas investigações da polícia, segundo o chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski. Carlos foi preso nesta sexta-feira (26) por policiais da Polinter.


“Ele era um agente duplo da criminalidade. Ao mesmo tempo que nos fornecia informações importantes, que eram compatíveis com as investigações, também vazava as operações que eram montadas para prender o traficante. Mas ele esqueceu que a polícia checa as informações e amplia as investigações. Ele acabou caindo nessa teia”, disse Allan Turnowski, que esteve neste sexta-feira (26) na sede da Polinter, onde Carlos foi apresentado com o material apreendido em sua residência.

Para o delegado, o traficante Nem conta com a colaboração de outros policiais. “Estamos investigando envolvimento de alguns policiais com traficantes. Minha presença aqui é para dar um recado: policial que se envolve com o crime será tratado pior do que bandido. Eles são traidores e colocam a vida de outros policiais em risco”, afirmou

Entre as informações que o ex-PM teria passado para a polícia seria a da descoberta de uma refinaria montada dentro da favela pela quadrilha de Nem. Mas, segundo Allan Turnowski, em contrapartida, Carlos alertou o traficante por várias vezes sobre as operações policiais na comunidade, o que teria facilitado a fuga do criminoso.

O delegado, no entanto, não acredita que exista uma quadrilha de informantes formada por policiais. “Existem policiais, civis e militares, que são bandidos protegendo traficantes. Mas eles não são unidos para isso. Agem isoladamente. São vários policiais que têm envolvimento pessoal com os criminosos para ganhar dinheiro”.

Nem oferece R$ 20 mil a informantes

Segundo a polícia, Nem oferece R$ 20 mil para que informantes o alertem sobre operações policiais. Mas, de acordo com a qualidade das informações, esse valor pode ser maior.

De acordo com as investigações, que confirmaram o envolvimento do Ex-PM, ele era homem de confiança de Nem, que costumava andar em seu carro, até mesmo para sair da favela. “Se houvesse algum problema, ele dava carteirada de policial”, afirmou Turnowski.

O chefe de polícia acredita que com as mortes de Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol, que era seu aliado e considerado o maior fornecedor de drogas do Rio, e de sete homens, que fariam parte da sua segurança, a polícia está cada vez mais perto de prender Nem. “Com a quadrilha enfraquecida ele fica mais vulnerável. Vamos chegar nele”.

O ex-PM Carlos Henrique era soldado e pertenceu à corporação durante quatro anos. Em sua folha de serviço constam falhas administrativas, como faltas constantes ao trabalho. Para evitar ser expulso ou considerado desertor, geralmente se apresentava antes que o prazo limite se expirasse. Mas ele acabou sendo excluído da PM através do boletim da corporação, no último dia 9.

Ele foi detido nas proximidades de sua residência no Itanhangá, na Zona Oeste do Rio. Em sua casa, na comunidade Tijuquinha, os policiais apreenderam R$ 100 mil, uma pistola Glock 380, que seria furtada de um policial civil, grande quantidade de munição de uso restrito, um carro e uma moto sem procedência, além de dois rádios transmissores.

Nem já escapou de 5 operações
Nem já teria escapou de pelo menos cinco grandes operações da polícia desde 2008.
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