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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Berlusconi luta apesar da forte abstenção das eleições regionais

As eleições regionais na Itália terminaram nesta segunda-feira com uma forte abstenção, mas sem penalizar o presidente da centro-direita Silvio Berlusconi, que arrebata pelo menos duas regiões da esquerda, enquanto o movimento anti-imigrantista Liga Norte se fortalece.


A taxa de participação nas eleições foi de 63,6%, o número mais baixo nos 15 últimos anos, indicou o ministro do Interior, Roberto Maroni, após o fechamento das urnas.

Segundo estimativas oficiais, a queda da participação foi de aproximadamente 8 pontos com relação às eleições regionais de 2005.

Em uma pequena localidade de Calabria, no sul, apenas 2,8% do eleitorado votou, como forma de protesto, porque seus moradores se "sentem abandonados pelas instituições e pelos políticos".

A queda foi interpretada também como um sinal de desgaste de todos os partidos políticos.

"Toda a classe política deve se mobilizar para as próximas eleições, de modo que a Itália volte a ser o país com a maior taxa de participação nas eleições da Europa, como foi historicamente", declarou Maroni.

Para Paolo Gentiloni, do opositor Partido Democrático (PD), "a baixa taxa de participação pode ser explicada como uma crítica à classe política, que não oferece respostas às dificuldades econômicas".

As estimativas concedem à direita do multimilionário Berlusconi duas novas regiões: Calabria e Campania.

A centro-direita mantém a Lombardia e o Veneto, onde arrasou o candidato da Liga Norte, Luca Zaia, ministro da Agricultura.

A esquerda deve continuar com sete regiões, entre elas seus dois baluartes "vermelhos": Toscana e Emilia Romagna.

A situação é incerta no Piamonte, região fortemente industrializada e sede da Fiat, e no Lazio, a região de Roma, onde a esquerda tenta resistir após o escândalo envolvendo o governador Piero Marrazzo, líder do PD, que precisou se demitir após ser chantageado com um vídeo em companhia de transsexuais.

A taxa de participação no Lazio registrou um número recorde negativo, de cerca de 12 pontos, uma queda notável, segundo o ministro Maroni.

Nessa região a batalha será até a última cédula entre a sindicalista de direita Renata Polverini e a ex-comissária europeia Emma Bonino.

"Deixar de votar é a única maneira civilizada de protestar contra esse sistema político e social. Vivemos em um país de oligarquias e saqueadores do público e privado", excreveu um leitor no site do jornal Corriere della Sera, onde choviam comentários cheios de raiva e amargura contra a classe política.

O verdadeiro vencedor é o movimento anti-imigrantista Liga Norte, que no Piamonte disputa com Roberto Cota a cadeira que até hoje pertencia a Mercedes Bresso.

Há três meses, Berlusconi, no poder desde 2008, contava arrebatar da esquerda cinco ou sete regiões graças à sua popularidade, mas teve que reduzir as aspirações após uma série de escândalos por corrupção dentro de seu partido, além de irregularidades de militantes na gestão das eleições.

Para muitos observadores, o Partido da Liberdade (PdL) perdeu consenso, o que favoreceu a Liga Norte, que arrasa em Veneto com 8% dos votos a mais em relação ao seu aliado.

Se superar eleitoralmente o PdL, de Berlusconi, "a Liga vai cobrar seu apoio", comentou o cientista político Marc Lazar.

"Não vamos nos enfrentar com o PdL, somos os vencedores e agora queremos federalismo e reformas. Perdeu a esqueda, caiu por terra", declarou Umberto Bossi.

O maior peso da formação do controvertido Bossi, conhecido por suas posições contra a imigração, muda o equilíbrio da coalizão governamental e pode terminar por afastar o aliado mais moderado de Berlusconi, o presidente da Câmara de Deputados, Gianfranco Fini.

Mais de 40 milhões de italianos foram chamados às urnas em 13 das 20 regiões da Itália
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