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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

Notícias | Mundo

Imprensa israelense critica comentários da Igreja Católica

A imprensa israelense criticou as declarações do sacerdote Raniero Cantalamessa, que comparou as denúncias de pedofilia contra a Igreja Católica com o antissemitismo na última sexta-feira.


A edição on-line do jornal "Jerusalem Post" afirmou que 'os comentários do pregador do Papa irritaram grupos judaicos e as vítimas dos abusos sexuais na Igreja'.

Já o periódico Yedioth Ahronoth noticiou o acontecimento com o título 'Pregador do papa compara as acusações de ocultação de abusos sexuais com a perseguição dos judeus'. Posição semelhante foi publicada pelo "Haaretz", que destacou que o 'pregador vaticano comparou os ataques ao papa com o antissemitismo'.

Além das publicações on-line e impressas, muitos programas de rádio israelense dedicaram parte da programação às repercussões dos comentários de Cantalamessa, feitos ontem durante um sermão na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em ocasião da Sexta-Feira Santa.

Reações nos EUA

Nos Estados Unidos, a comunidade judaica e a católica também repudiaram os comentários. O responsável pela Conferência Episcopal norte-americana, James Massa, definiu as declarações como 'inoportunas'.

Em entrevista ao "Washington Post", o religioso demonstrou preocupação em relação às consequências que estas palavras podem acarretar nas relações entre a Igreja Católica e os judeus.

'Espero que todos compreendam que o que foi dito por Cantalamessa é um julgamento singular de um padre e não reflete a opinião do papa e da Igreja. Todavia, trata-se de uma comparação não só infeliz, mas inoportuna, que não deveria ter espaço em uma oração de Sexta-Feira Santa'.

Já o rabino Marvin Haier, fundador do Centro Simon Wiesenthal de Los Angeles, pediu explicitamente uma intervenção do pontífice.

'Trata-se de palavra injuriosas e expressas na presença do papa. Bento 16 deveria assumir as suas responsabilidades e pedir desculpas por essa analogia vergonhosa', defendeu Haier.

Comentário polêmico

Na sexta-feira, na liturgia da Paixão de Cristo na basílica de São Pedro, o sacerdote Raniero Cantalamessa leu uma carta que disse ter recebido recentemente de um 'amigo judeu'. Os ataques atuais à Igreja, abalada por escândalos de pedofilia, fazem lembrar 'os aspectos mais penosos do antissemitismo', afirmou o padre Cantalamessa

Grupos judeus de todo o mundo reagiram negativamente após as comparações.

Líderes judeus usaram palavras como repugnante, obsceno e ofensivo para descrever o sermão. Para piorar a situação, a declaração foi feita justamente no dia em que, por séculos, os cristãos rezaram para a conversão de judeus, que já foram considerados coletivamente responsáveis pela morte de Jesus.

O porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, falando sobre a postura de Cantalamessa, disse que se tratava 'de uma carta lida pelo pregador e não a posição oficial do Vaticano'.

Ele disse ainda que o pregador, o padre Raniero Cantalamessa, 'quis apenas tornar pública a solidariedade com o Papa expressada por um judeu à luz da particular experiência dolorosa sofrida por seu povo'. Mas ele reconheceu que 'o fato de citá-la poderia suscitar mal-entendidos'.
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