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Domingo, 19 de maio de 2024

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‘Tentei salvar minha esposa e meu filho, não consegui’, diz vítima da chuva

Das 96 pessoas que morreram no estado do Rio vítimas de deslizamentos causados pela chuva, 36 estavam no município do Rio e 48 em Niterói, na Região Metropolitana. As informações são da Defesa Civil. O governador Sérgio Cabral decretou luto oficial de três dias pelas vítimas das chuvas.


O motoboy Jonatas Pereira da Silva perdeu a mulher e do filho, na comunidade Cova da Onça, em Niterói: “Eu estava dormindo, ao veio sem barulho, levando tudo. Eu saí por um buraco, tentei salvar minha esposa e meu filho e não consegui”, disse.

A terra desceu de madrugada, soterrou duas casas com seis pessoas e, como a chuva não parou, a todo momento um novo susto. No meio de uma busca, os bombeiros ouvem alguns gritos. Parece que é uma situação de emergência. Eles tentam primeiro controlar a terra, diminuir os riscos, antes de iniciar o resgate, um trabalho difícil.

“É como se fosse uma piscina com três metros de lama, que pode descer quando os muros forem retirados”, conta um bombeiro.

Os próprios vizinhos ajudaram como podem. Mas um dos moradores cobrou mais ação: ele acha que é preciso esvaziar as casas que ainda correm risco. “As pessoas não saem. Tentei tirar um monte de gente dali, mas eles não saem”, disse José Cláudio Cabral, parente de vítimas.

Bem perto dali, na comunidade conhecida como Novo México, mais quatro pessoas morreram. Em outro morro de Niterói, o 340, o desespero é de quem perdeu toda a família. Marco Antônio conseguiu sair de casa, mas não teve tempo de salvar os dois filhos e ainda perdeu os dois sobrinhos, a cunhada e um amigo.

Dez casas e igreja atingidas no Morro dos Prazeres
No Morro dos Prazeres, na região central do Rio de Janeiro, dez casas e uma igreja foram destruídas. Numa casa morava uma família com sete pessoas. Bombeiros trabalharam para resgatar vítimas ainda vivas.

Tubos de oxigênio foram levados para uma criança de oito anos e um rapaz de 18, que estavam sob os escombros. No fim da tarde, um dos jovens foi resgatado com vida. O outro continua desaparecido.

As buscas foram interrompidas por causa da chuva, que voltou a cair forte. Segundo os bombeiros, pelo menos 14 pessoas morreram. “É muito triste, tentei ajudar, tirei um, mas é difícil. São muitas pessoas soterradas”.

No Rio de Janeiro, foram registradas mortes no Morro dos Macacos, Jacarepaguá, Morro do Borel, do Turano e do Andaraí, Recreio dos Bandeirantes, Humaitá, Cosme Velho e Ilha do Governador.

No Morro do Estado, no Centro de Niterói, pelo menos uma pessoa morreu. A repórter Flávia Januzzi acompanhou o trabalho das equipes de resgate.

Os bombeiros tentavam resgatar duas pessoas que estavam vivas debaixo de uma laje. As equipes de resgate conseguiram falar com a mulher e o filho dela, portador de deficiência, que estavam sentados no sofá e foram amparados por um muro que segurou toda a terra que deslizou. A mulher foi resgatada com vida, mas o filho não resistiu.

No bairro do Caramujo, também em Niterói, mais três crianças morreram soterradas. O pai sobreviveu e está hospitalizado.

Riscos
Muitas casas ainda correm perigo, mas nem todos os moradores querem sair. O pedreiro Roberto e a mulher Jéssica estão entre os que vão embora. A sorte já ajudou uma vez. A lama do deslizamento entrou pelos fundos e quase chegou ao berço de Maria Eduarda. Eles agora estão na casa de parentes. “Consegui salvar minha filha e minha esposa”.

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