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A polícia apresentou nesta manhã dois dos cinco jovens envolvidos na dupla tentativa de homicídio que levou a morte cerebral de Diego de Oliveira Alencar Lima, 26 anos. Foram presos Giovani Cardoso da Silva, 22 anos, Alex Andrade Marques, 20 anos e dois menores, ambos com 17 anos. O quinto suspeito de participação no crime, Alexandre Padilha, 19 anos, está foragido.

De acordo com o delegado Antônio Carlos de Araújo, da Divisão de Crimes Contra a Pessoa (DCCP), da Polícia Civil, Giovani é o principal suspeito dos disparos que atingiram além de Diego, o segurança Geraldo Neto, 19 anos. Ele confessou o crime num primeiro depoimento à Polícia Militar, mas agora nega todas as acusações e afirma que só vai falar perante a Justiça. A prisão, bem como os depoimentos, foram realizados num trabalho de integração entre a Polícia Militar e Civil.

Conforme os depoimentos, a confusão teria iniciado quando os cinco jovens passavam em frente à casa noturna após terem participado de uma festa no CTG. Todos estavam no veículo Golf prata, conduzido por Alexandre. Outro jovem, Guilherme Cruvinel, que havia saído da boate Santo Copo, teria agredido Giovani com um cinto.

Outros dois amigos de Guilherme, os gêmeos Luciano e Leonardo Paiva Borotta, também se envolveram na confusão. Não há informações precisas sobre a motivação da briga, mas conforme o delegado, um dos menores saiu do veículo e a confusão teve início. Após as agressões, de ambas as partes, Giovani efetuou os disparos.

Diego e o segurança estavam próximos e foram alvejados. Em seguida, os cinco seguiram no veículo pela Avenida Lions e depois pela Rua Fernando Correa da Costa. Na altura da ponte sobre o córrego Arareau, Giovani se desfez da arma, conforme seu depoimento e das testemunhas, a pedido do foragido Alexandre.

Apesar de negar a autoria, Giovani e Alex foram reconhecidos por Geraldo e outras testemunhas. Os jovens que estavam na casa noturna também foram ouvidos pela polícia. Os cinco suspeitos foram autuados em flagrante nesta segunda-feira (6) por dupla tentativa de homicídio qualificado, por motivo fútil e sem oferecer chance de defesa das vítimas. Giovani, Alex e Alexandre também devem responder pelo crime de corrupção de menores.

De acordo com Araújo, os dois menores serão encaminhados ao Ministério Público para que o órgão defina sobre a internação deles. Quanto aos demais envolvidos, o delegado esclareceu que outras questões ainda serão levantadas para que seja definida a participação dos mesmos.

O inquérito policial será concluído em 10 dias e somente com a entrega da certidão de óbito de Diego às autoridades é que os jovens suspeitos poderão ser indiciados por homicídio duplamente qualificado e demais agravantes. Giovani e Alex foram levados, ainda pela manhã, para a Cadeia Pública de Rondonópolis. O veículo e a arma ainda não foram encontrados.

Passeata

Na manhã de hoje, amigos e familiares de Diego caminharam pelo Centro da cidade como forma de protesto pela violência sofrida pelo jovem. Centenas de pessoas se reuniram na Igreja Matriz e seguiram pelas ruas da região. O pai de Diego falou à imprensa sobre o momento de dor e tristeza enfrentado pela família e declarou que falta responsabilidade dos pais e educação para os jovens que escolhem o caminho da violência em suas vidas.

Doação dos órgãos

Está confirmada a doação de alguns órgãos de Diego Alencar. De acordo com sua tia, a vereador Mariuva Valentin Chaves, com a chegada da equipe da Central de Transplantes de Cuiabá na noite de ontem foi possível confirmar que fígado, pâncreas, rins e córneas do jovem poderão ser doados.

Hoje, por volta das 19h30, uma equipe da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul deve chegar a Rondonópolis para levar os órgãos de Diego para o estado. Conforme Mariuva, o Rio Grande do Sul tem todos os receptores compatíveis e que estavam na seqüência na fila de transplantes.

O velório do jovem deve ter início nesta madrugada e será realizado na igreja Nossa Senhora Aparecida, no bairro Vila Aurora. O sepultamento será no cemitério do mesmo bairro.