O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez referência nesta quinta-feira (8) à vitória brasileira sobre os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC), ao criticar países que, segundo ele, pregam o livre-comércio, mas impõem subsídios aos produtos de nações em desenvolvimento.

“A aproximação do Brasil com a África é motivada pela mesma busca de justiça e cooperação solidária. Prova disso é nossa parceria com os países produtores de algodão. Somos aliados contra os que pregam o livre-comércio, mas praticam o protecionismo”, disse Lula em almoço no Itamaraty com o presidente do Mali, Amadou Toumani Touré.

Na terça-feira (6), ao governo brasileiro decidiu adiar para o dia 22 de abril o início da sobretaxa sobre produtos norte-americanos, parte de uma retaliação comercial autorizada pela OMC. O Brasil obteve vitória numa disputa travada no organismo internacional contra os subsídios dos EUA ao algodão brasileiro. “Somos contra os que despejam bilhões de dólares no mercado internacional em benefício de poucos e em detrimento de milhares de agricultores pobres. É esse o propósito de nossa disputa na OMC”, disse.

Segundo o presidente, é necessário abolir os subsídios para que os países pobres obtenham espaço no comércio internacional. “Na luta por um regime multilateral de comércio mais justo e equitativo, é fundamental abolir os subsídios distorcivos dos países ricos”, criticou Lula nesta tarde.

Lula voltou a defender a retomada das negociações da Rodada Doha para discutir a redução de taxas sobre produtos estrangeiros. “A conclusão da Rodada é um imperativo para a promoção do desenvolvimento dos países mais pobres e vulneráveis”. De acordo com Lula, os países desenvolvidos tentam protelar as negociações para manter subsídios. “É inaceitável que as nações ricas protelem os resultados de quase uma década de negociações”, criticou.