O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Querência, Eleandro Mariani, criticou a audiência pública da Assembléia Legislativa de Mato Grosso promovida no sábado (17) em Ribeirão Cascalheira que, segundo ele, virou um palanque pelo número de candidatos para eleição de outubro e existência de alguns em pedir votos.
O sindicalista reclamou que as lideranças a todo o momento citavam os nomes dos presidenciáveis José Serra e Dilma, inclusive falando que vão vencer a eleição, numa referência ao ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), que citou a pesquisa Datafolha onde Serra abriu 10% com relação à candidata petista.
A audiência sobre regularização fundiária proposta pelo deputado estadual Adalto de Freitas(Daltinho) e presidida pelo presidente da AL, José Riva (PP), lotou o ginásio da cidade com trabalhadores rurais de vários assentamentos e atraiu também os três candidatos ao governo: Wilson, Mauro e Silval. O presidente Riva chegou a intervir várias vezes pedindo aos oradores que falassem sobre o tema reforma agrária proposto e evitando embate político. Riva pediu desculpa dizendo que era difícil controlar o que cada um ia falar.
Silval Barbosa fez um discurso como governador enaltecendo as conquistas do seu governo em parceria com Blairo Maggi e agradeceu ao governo Lula citando o nome da ministra Dilma. Riva então decidiu ceder 5 minutos para os pré-candidatos a governador Wilson e Mauro. Eles falaram depois que o governador saiu do recinto para seguir viagem para Água Boa.
O tucano Wilson citou a luta de Dante de Oliveira pela reforma e falou sobre as titulações de áreas que fez em Cuiabá e citou a pesquisa de Serra contra a Dilma. Mauro se apresentou a comunidade do Baixo Araguaia adotando um discurso que o estado pode avançar com regularização fundiária e conquistar investimentos.
O sindicalista Eleandro pediu mais empenho da classe política citando que órgãos como INCRA, IBAMA, Intermat reclamam que orçamento é pequeno para que liberem mais recursos para estes órgãos trabalharem na reforma agrária. O governador Silval Barbosa informou que vai montar uma equipe de trabalho dentro do governo para cuidar melhor da regularização fundiária.
O deputado Daltinho que solicitou a audiência disse que sua intenção era justamente mobiliza as autoridades para ver a situação dos assentamentos e a necessidade de regularizá-los para chegar benefícios aos trabalhadores rurais. Daltinho citou que acompanha de perto o drama de gleba Suiá-Missu, que já foi à maior fazenda do mundo, e a gleba União, que o INCRA insiste em dizer que é uma reserva ambiental, segundo Daltinho travando a vida de quem mora nessa região.
O órgão mais criticado durante a audiência foi o INCRA devido a sua lentidão nos processos de assentamentos. O deputado federal Welinton Fagundes disse que vai solicitar explicações porque o superintendente do órgão não compareceu na audiência. O senador Jaime Campos (DEM) não poupou palavras e afirmou que o INCRA é órgão mais corrupto do país.