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Sábado, 20 de julho de 2024

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Parlamentares franceses dizem que estão 'aflitos' com demora na escolha de caças da FAB

Parlamentares franceses afirmaram nesta terça-feira que seu país está "aflito" e "ansioso" com o que classificaram de "demora" do governo brasileiro em anunciar o vencedor da disputa para fornecer 36 caças à FAB (Força Aérea Brasileira).


A aeronave Rafale, da francesa Dassault, favorita na disputa segundo declarações do ministro Nelson Jobim (Defesa), concorre com o F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, e com o Gripen NG, da sueca Saab.

Um grupo de senadores e deputados franceses aproveitou as comemorações dos 50 anos de Brasília para participar de uma série de encontros com congressistas brasileiros e interceder pelos caças Rafale.

"Gostaríamos de saber qual o posicionamento do Senado em relação à concorrência", afirmou o senador socialista francês Bernard Angels, durante encontro com integrantes da CRE (Comissão das Relações Exteriores e Defesa) do Senado.

O presidente da CRE, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), disse que o preço dos Rafale, superior ao dos concorrentes, é um ponto "nevrálgico" na disputa, mas concordou que "o adiamento da decisão é inexplicável". "Nós da oposição consideramos precipitado o anúncio favorável ao Rafale feito pelo presidente Lula. Mas já nos preocupa a demora na decisão", disse Azeredo.

Lula fez a declaração durante as comemorações do Sete de Setembro, ao lado do presidente francês, Nicolas Sarkozy.

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) classificou como uma "hipocrisia" a proposta das três empresas no que se refere à transferência de tecnologia ao Brasil. Segundo Heráclito, nenhuma delas promoverá a transferência total de tecnologia e até mesmo os Rafale têm componentes norte-americanos, o que, em tese, exigiria a autorização dos Estados Unidos em caso de transferência de tecnologia a terceiros.

O embaixador francês no Brasil, Yves Saint-Geours, rechaçou a afirmação do senador e afirmou que a tecnologia utilizada nos aviões Rafale é "100% francesa".

Heráclito questionou então se a França estaria disposta a abrir os contratos de troca de tecnologia que possui com os EUA para comprovar que o Rafale não tem componente norte-americano. Saint-Geours concordou num primeiro momento, mas depois disse que precisaria de tempo para responder à solicitação do senador.

A base da justificativa de Jobim para a preferência pelos caças franceses é que o F-18 é norte-americano e o Gripen NG tem componentes dos EUA, como o motor, e ambos deixariam o Brasil vulnerável. O ministro deve entregar seu relatório a Lula até o final deste mês.
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