O Ministério das Relações Exteriores do Irã reiterou hoje o desejo da república islâmica de negociar com o novo governo americano, desde que o diálogo seja justo e baseado em respeito mútuo. "De forma a evitar qualquer prejulgamento, nós pensamos que o senhor Barack Obama deveria ter essa oportunidade. Não queremos que o senhor Obama perca esta chance", declarou em Teerã o porta-voz da chancelaria iraniana Hassan Ghashghavi.

Além de um diálogo "justo", o porta-voz pediu também que Washington pare de fazer o que chamou de acusações sem fundamento contra Teerã. Ontem, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, declarou que seu país está preparado para negociar com os Estados Unidos. Um dia antes, o presidente americano afirmou que dentro de alguns meses estaria pronto para participar de negociações diretas com o Irã.


Washington e Teerã não mantêm relações diplomáticas há quase três décadas. A tensão bilateral agravou-se nos últimos anos, especialmente por conta do programa nuclear iraniano. Os EUA acusam o Irã de desenvolver em segredo um programa nuclear bélico. O governo iraniano nega, alega que suas usinas atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia elétrica e já declarou em diversas ocasiões que não pretende interromper suas atividades nucleares.


A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), braço da Organização das Nações Unidas (ONU) responsável por acompanhar a obediência às regras do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) por parte dos signatários do acordo, considera o programa nuclear civil do Irã dentro da legalidade. Com informações da Dow Jones.