"Se eu for candidato e não tiver a ventura de ter a preferência do povo, de ganhar a eleição, como eu pretendo, eu vou apoiar Dilma que é minha vizinha. Todo mundo sabe que eu não vou apoiar o Serra". A declaração foi feita esta noite pelo pré-candidato do PSB à presidência da República, Ciro Gomes, durante entrevista ao programa SBT Brasil.
Ciro também acusou o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, de pressionar o irmão dele, Cid Gomes, governador do Ceará, com a retirada do apoio do PT a reeleição, caso ele não fechasse com a candidatura de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto.
"Zé Dirceu, ex-presidente do PT, esteve lá no Ceará na casa do meu irmão que é governador do Estado (Cid Gomes), dizendo muito delicadamente que se eu fosse candidato a presidência o PT ia retirar o apoio a ele", disse Ciro, acrescentando, em seguida: "Mas esse eu já mandei pastar, porque eu posso fazer, ele é um amigo, mas as vezes ele perde um pouco a humildade e ele tem que ser devolvido ao lugar."
Ciro Gomes reafirmou sua disposição de concorrer à presidência da República, ressaltando que somente o PSB pode retirá-lo da disputa. "A única força capaz de me retirar dessa minha obrigação moral, de não correr da briga, de não desertar do dever de dar ao povo brasileiro uma alternativa pra valorizar o debate, pra valorizar o povo brasileiro, a única força que tem condição de fazer isso é o meu partido", declarou.
O candidato socialista também condenou aliança em negociação entre o PT e o PMDB, para as eleições presidenciais, afirmando que não passam "de tráfico de minutos de televisão nas barbas da Justiça Eleitoral". Segundo Ciro, mesmo as alianças entre contrários, ainda que sejam "entre podres" seriam válidas se houvesse uma agenda para "mudanças no sistema tributário, nas instituições políticas, da previdência. Mas não há nada disso", acusou.
"Isso é tráfico de minutos de televisão, e silêncio pra não apurar os malfeitos. Então você se junta com o pilantra pra não apurar os malfeitos que o pilantra faz, não tem sentido nenhum. Eu tô fora."
