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Sábado, 27 de julho de 2024

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Ministro da Itália diz que hospitalização de Eluana é ''irregular''

O ministro da Saúde italiano, Maurizio Sacconi, afirmou neste domingo que considera "irregular" a hospitalização de Eluana Englaro na clínica La Quiete, em Udine, onde a alimentação artificial da italiana foi retirada para ajudá-la a morrer.


"Tudo se desenvolve em uma situação que parece irregular", disse Sacconi à imprensa, em um ato.

O ministro italiano disse que a sentença do tribunal de apelação que autorizava a família a ajudar Eluana a morrer especificava que teria que acontecer em um centro médico especial para doentes terminais.

A clínica La Quiete, oferecida para receber Eluana, 38, em coma desde 1992, é um centro de repouso para idosos, destacou Sacconi.

Eluana Englaro, italiana em coma há 17 anos, em foto de família anterior ao acidente
Como autorizou o Tribunal de Apelação de Milão e depois ratificou o Supremo, desde ontem uma equipe médica formada por voluntários externos à clínica retiraram a alimentação e hidratação de Eluana.

O governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi está tentando, com todos os meios possíveis, impedir o cumprimento desta sentença e, assim, evitar a morte de Eluana.

Sacconi enviou ontem alguns inspetores do Ministério da Saúde para que esclarecessem algumas informações sobre a "idoneidade" do centro para receber Eluana.

Neste sábado, também houve uma inspeção da clínica La Quiete por parte dos Carabinieri (Polícia militarizada) na qual, segundo a imprensa italiana, foram detectadas "anomalias administrativas".

A imprensa local afirma que o relatório dos Carabinieri destaca que o quarto onde Eluana está deveria ter sido "certificado" para ser considerado idôneo e poder, assim, receber uma pessoa nas condições da italiana.

Além disso, advertem da "anomalia" de que a paciente está sendo assistida por pessoal externo à clínica.

A presidente da clínica La Quiete, Ines Domenicali, disse, em nota, que existe sua autorização oficial para que a equipe de voluntários, formado por cerca de dez pessoas, entre médicos e enfermeiros, assistissem Eluana.

Batalha

Eluana sofreu um acidente de carro em 1992 que a deixou em estado vegetativo. Há quase uma década, os familiares decidiram pleitear na Justiça uma autorização para deixar a moça morrer sob alegação de que essa seria a vontade dela.

Na Itália, pacientes têm o direito de recusar tratamento, mas não existe uma lei que lhes permita dar orientações sobre qual tratamento gostariam de receber no caso de um dia ficarem inconscientes. Foi graças a essa brecha que, em 9 de julho de 2008, a Corte de Recursos de Milão aceitou o pedido pela morte de Eluana.

Três meses depois, a Corte Constitucional confirmou aquela sentença, esgotando a possibilidade de recursos.

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