O presidente do Comitê Organizador Local da Copa 2014 (COL), Ricardo Teixeira, afirmou hoje que as obras para a realização dos jogos não estão atrasadas. “Não estamos atrasados, nem adiantados. Estamos dentro do limite”, disse. No entanto, Teixeira não mostrou que a “limite” ele se refere. “Não existe um prazo determinado para que um estádio fique pronto”, apontou.
Ricardo Teixeira também voltou a rebater as especulações de que o estádio do Morumbi estaria fora da Copa e que outro estádio seria construído em São Paulo para sediar os jogos. “Não existe possibilidade de outro estádio em São Paulo”, garantiu. Teixeira ainda ressaltou que o caso de São Paulo continua “exatamente como estava”: o Morumbi está autorizado para fazer jogos até as semifinais, mas ainda não há definição de qual capital realizará o jogo de abertura.
Teixeira voltou a dizer que não é o pensamento da Fifa reduzir o número de cidades-sede e definiu como “estapafúrdias” as declarações de que haveria a possibilidade de somente oito cidades sediarem as partidas. Quanto à possibilidade de o Brasil deixar de receber os jogos em 2014, ele defendeu que somente em situações extremas isso aconteceria. “Se tiver uma grande crise, como no caso de aeroportos, isso pode inviabilizar (a Copa no Brasil)”, exemplificou.
Elogios e bate-boca
As afirmações foram dadas em audiência pública promovida pela Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados realizada hoje, em Brasília. Durante maior parte da sessão, muitos parlamentares elogiaram a competência do presidente do COL e da CBF e o parabenizaram por ter trazido os jogos de 2014 para o Brasil.
Ricardo Teixeira criticou duramente as autoridades brasileiras que, segundo ele, “internacionalizam um problema político interno, escrevendo para a Fifa e perguntando se ela admite a possibilidade de tirar a Copa do Brasil.” Ao que tudo indica, a fala de Teixeira foi uma alfinetada a uma carta enviada pelo deputado Silvio Torres (PSDB-SP) à organização questionando sobre a possibilidade de mudança de sede da Copa.
Quando a audiência chegava ao fim Torres pediu a palavra para responder às críticas de Teixeira. Foi o estopim para o início de um bate-boca entre os dois. Exaltado, o deputado argumentava que Ricardo Teixeira não havia respondido a todas as perguntas e que não poderia deixar a sessão. Teixeira subiu o tom: “eu não sou seu empregado.” O deputado paulista também respondeu asperamente. “O senhor não está acostumado a ouvir crítica, mas aqui você vai ouvir. A comissão foi desrespeitada”, disse.
