As obras de infraestrutura, que cresceram 27,1%, e o grupo das edificações não residenciais, com crescimento de 28,8%, foram os destaques de expansão na indústria da construção brasileira em 2008, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (17).
De acordo com a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), o valor do segmento de edificações residenciais avançou 20,7%, estimulado principalmente pelo aumento do crédito imobiliário observado no período e pela alta de 21,2% nos edifícios residenciais.
Na pesquisa, os produtos da construção foram separados em quatro grandes grupos: edificações residenciais; edificações industriais, comerciais e outras edificações não residenciais; obras de infraestrutura e serviços especializados.
Conforme indicam os dados do IBGE, houve expansão em todos os grupos de produtos e serviços da construção nas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, alvo da pesquisa do Instituto.
Ganhos em alta
Em 2008, o valor das incorporações, obras e serviços foi de R$ 159 bilhões. De acordo com o IBGE, o montante representa um aumento de 22,3% em termos nominais e 12,3% em termos reais em relação a 2007.
A receita líquida das empresas foi de R$ 149,6 bilhões, um crescimento nominal de 19,8% em relação ao valor de 2007, R$ 124,9 bilhões. As empresas realizaram obras e serviços no valor de R$ 154,1 bilhões, dos quais R$ 67,6 bilhões foram construções para entidades públicas, que representaram 43,9% do total das construções, participação maior do que a observada em 2007 (40,3%).
Mais crédito para casa própria
“O produto de maior peso individual na construção, edifícios residenciais, cresceu 21,2%. A expansão do crédito imobiliário contribuiu para isto”, disse o IBGE em comunicado.
Conforme dados do Banco Central do Brasil citados pelo Instituto, o valor emprestado para o financiamento imobiliário foi R$ 29,1 bilhões, 65,0% superior ao emprestado em 2007.
O crescimento do setor de edificações não residenciais foi influenciado principalmente pela expansão de 41,9% em edifícios comerciais (shoppings, super-mercados, lojas etc.); 408,0% em estações de embarque e desembarque (rodoviárias, aeroportos, portos, estações de metrô e trens, etc.); 14,9% em edifícios industriais (fábricas, oficinas e galpões etc.); e 22,1% em serviços de reforma ou manutenção de edifícios não-residenciais.
BNDES
Foram os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) os principais impulsionadores do avanço nas obras em infraestrutura, grupo de maior peso na construção naquele ano.
Nesse segmento, os principais impactos de crescimento vieram da pavimentação de rodovias, auto-estradas e outras vias não urbanas, com 48,3% de aumento; plantas e instalações industriais (tubulações, redes de facilidades, etc.), com 199,6%; ruas, praças, calçadas ou estacionamentos, com 55,8%; usinas, estações e subestações hidroelétricas, termoelé-tricas e nucleares, com 54,2%.
"Em 2008 foram R$ 92,2 bilhões (em desembolsos do BNDES) contra R$ 64,9 bilhões de 2007, significando aumento de 42,1%, sendo que R$ 35,1 bilhões foram destinados ao setor de infraestrutura", disse o IBGE em comunicado.
Produtos
De acordo com o IBGE, os produtos da construção que mais contribuíram para o crescimento na construção em 2008 foram pavimentação de rodovias, auto-estradas e outras vias não urbanas, com 4,2%; edifícios residenciais, com 3,3%; plantas e instalações industriais (tubulações, redes de facilidades, etc.), com 2,4%; edifícios comerciais (shoppings, supermercados, lojas, etc), com 2,1%; usinas, estações e subestações hidroelétricas, termoelé-tricas e nucleares, com 1,0%.
