As circunstâncias do incidente envolvendo o jovem J.V.L.L, de apenas 16 anos, que "caiu, foi jogado ou saltou" do quarto andar do edifício Dunhill, no começo da madrugada do último domingo, ainda não estão bem esclarecidas, estão envoltas em mistérios e as diversas versões sobre o triste e lamentável episódio são bastante controversas, segundo apurou a equipe de reportagem do Olhar Direto, nas últimas 48 horas.


Telhado de vidro que teria amortecido a queda do jovem J.V.L.L

Suscitada e depois refutada, a tese da prática de bulllying - termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully - «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender - contra J.V.L.L voltou à baila em depoimentos de moradores do prédio, que teriam presenciado e/ou visto "abusos" dos demais jovens.

"Vi que alguns garotos apertavam o primeiro e o último botão do elevador e forçavam o rapaz para entrar. Eu já tinha visto ele (J.V) aqui no nosso prédio e parecia um menino comportado, quieto, mas aquela noite havia algo de errado", testemunhou um morador do Dunhill, cuja identidade, por enquanto, pede para ser preservada.

Em entrevista concedida ao Olhar, uma moradora de um prédio vizinho ao Dunhill garantiu ter ouvido "uma zoada de garotos, como se fosse uma briga ou uma bagunça", na noite de sábado. "Era uma algazarra muito grande e, não sei se você sabe, aqui de cima, a gente escuta mehor do quem está aqui embaixo", confirmou a senhora ouvida pela reportagem, no final da tarde de hoje.


Vista do alto da janela lateral do quarto andar do edifício Dunhill, em fotografia cedida por um morador para o Olhar Direto

Não fosse uma espécie de "telhado de vidro e ferro", que fica entre o térreo e o primeiro andar, a queda do jovem J.V.L.L teria sido muito mais trágica, afirmou um segundo morador do Dunhill ao Olhar, no meio da noite desta segunda-feira (29).  "Pelo menos eu deduzo isso", ponderou.

Ao contrário do que muitos pensam, o jovem caiu de uma janela lateral do edifício, localizada no corredor. Ou seja: ele não caiu da sacada de um dos quatro apartamentos do quarto andar do condomínio, mas da janela do corredor, que é alta. 

"A polícia vai ter que responder muitas perguntas, mas as imagens do sistema de segurança serão cruciais. Mas é bom lembrar que, no corredor do quarto andar, de onde o jovem caiu, não existem câmeras", observou o mesmo morador, ouvido há pouco pela reportagem. 

"Se os testemunhos dos demais jovens não forem suficientes, eu avalio  que só o próprio garoto poderá esclarecer, de concreto, o que houve. Esclarecer este episódio não será tarefa fácil", emendou.

A Polícia Civil já estaria analisando, desde domingo, essas imagens e deverá ouvir os jovens que participavam da festa no Dunhill, no inquérito aberto ontem.

Em entrevista ao Olhar e à TV Centro América, Carlos Leite, pai da vítima, disse que descarta a hipótese de suicídio e acredita que a Polícia Civil vai elucidar o caso.  "Ele veio aqui (no Dunhill) para se divertir e não para pular de uma janela. Ele veio aqui para se confraternizar com os amigos em um churrasco e não para qualquer outra coisa. Confio na polícia e espero que tudo seja apurado", declarou.
 
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