A Justiça negou habeas corpus (HC) a dois foragidos supostos beneficiários dos desvios na Conta Única do Estado, esquema desmantelado na semana passada pela operação Vespeiro, da polícia fazendária. O casal Vicente Ferreira Gomes e Albina Maria Auxiliadora Gomes é apontado como dos principais beneficiários dos recursos desviados.
O casal está no núcleo do esquema de rombo à Conta Única por meio do sistema de pagamento BB PAG, que perdurou de 2007 a 2011. Casada com o advogado Vicente Ferreira Gomes, Albina já foi gestora da Conta Única do Estado antes de Magda Mara Curvo Muniz, apontada pela polícia como principal articuladora do esquema na Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), assumir e dar continuidade às liberações irregulares de crédito.
O desembargador Manoel Ornellas indeferiu os pedidos de garantia à liberdade de ambos. No fim de semana ele já havia negado liminar no mesmo sentido para Denis Hitoche de Deus, outro foragido apontado como suposto beneficiário do esquema do BB PAG.
O casal foragido contava também, segundo a polícia, com a participação do próprio filho dentro da Sefaz. Considerado foragido pela polícia, Edson Rodrigo atuava como servidor terceirizado e já foi afastado por força das investigações. O advogado Válber Melo, que defende a família, ingressou nesta segunda-feira (7) com um pedido de HC em favor de Edson, que aguarda julgamento da liminar.
Outros dois foragidos que agora também aguardam julgamento são Silvan Curvo e Edilza Maria de Freitas Curvo. O advogado deles, Raphael Arantes, ajuizou hoje HC com pedido de liminar em favor dos dois, apontados como beneficiários da quadrilha do BB PAG.
Por sua vez, o advogado Petan Pizza – que defende os foragidos Glaucyo Fabian Oliveira Nascimento Ota, servidor terceirizado já exonerado da Sefaz, sua mãe Girlayne Oliveira Nascimento Ota, Helder da Silva Luzardo e Luca da Silva Luzardo – afirmou que a expectativa é de apresentar seus clientes ainda nesta terça-feira à Defaz.
Ele explicou que aguarda apenas a Justiça decidir sobre seu pedido de que os clientes, considerados foragidos, sejam liberados tão logo sejam interrogados pela polícia fazendária, alegando não haver necessidade de cercear a liberdade deles depois disso.
O principal nome dentre os clientes de Pizza é Glaucyo. Dentro da Sefaz, ele seria responsável por movimentar ilicitamente parte do dinheiro desviado da Conta Única.
Atualizada às 11h07
