O ex-servidor terceirizado da Secretaria de Fazenda (Sefaz), Glaucyo Fabian Oliveira Nascimento Ota, amenizou sua participação no esquema de desvio de R$ 13 milhões da Conta Única do Estado e argumentou que os procedimentos realizados por ele eram a mando da coordenadora do controle, Magda Curvo, sem seu conhecimento sobre a existência do esquema.

O advogado Petan Piza, que teve acesso aos depoimentos, relata que Glaucyo argumentou na Delegacia Fazendária (Defaz) que a coordenadora ordenava que ele pegasse conta de pessoas próximas que não tivessem processo nem restrição no Serasa, afirmando que os pagamentos estavam sendo realizados devido a serviços prestados para a Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat).

As ordens eram recebidas pelo ex-servidor que as cumpria sem questionar a legalidade dos procedimentos. “Ele não sabia nem o que estava acontecendo. Era um jovem que precisava do emprego e ela tinha um tom autoritário. Ela não pressionava, mas ela se impunha”, destacou Pizza.

Embora o jovem tenha movimentado cerca de R$ 200 mil e sacado dinheiro de parte dessas contas, a defesa argumenta que ele não tinha consciência da articulação do esquema, e que cumpria as ordens por medo de perder o emprego, mas que não se beneficiava do montante ‘arrecadado’, que de fato, era enviado novamente para Magda Curvo.

No entanto, o servidor é apontado por Luca da Silva Luzardo, como cooptador de sua conta bancária para movimentação de parte do dinheiro desviado da Conta Única. Ota teria também usado a conta corrente do irmão de Luca, Helder, que nunca soube do esquema em que estava envolvida, segundo sua defesa.