O advogado Augusto Taques acaba de conseguir alvará de soltura para os irmãos Paulo Alexandre França e Marcelo Benedito de França, investigados pela polícia fazendária no esquema de rombo na Conta Única do Estado, que teve mais de R$ 12,9 milhões em recursos públicos desviados.
Ouvidos durante a tarde desta sexta-feira (11), os irmãos foram liberados e foram direto para casa com anuência do Ministério Público (MP), informou Taques. Eles estavam com mandado de prisão em aberto desde a semana passada, quando a Delegacia Fazendária (Defaz) deflagrou a operação “Vespeiro”.
Formado em economia, Paulo é servidor da Secretaria de Fazenda (Sefaz) desde 2008 e, conforme seu depoimento na Defaz, não tinha conhecimento do esquema perpetrado dentro da Sefaz, mais especificamente no setor comandado por Magda Mara Curvo Muniz, coordenadora da Conta Única do Estado.
Responsável pela elaboração de planilhas de pagamento enviadas ao sistema BB PAG, que efetua débitos da Conta Única, Paulo alegou que Magda lhe pediu a indicação de uma conta bancária que ele pudesse movimentar. A conta corrente seria utilizada para receber recursos desviados da Conta Única por meio de fraudes nos pagamentos realizados pelo BB PAG.
Paulo indicou a conta bancária de seu irmão Marcelo, vigilante municipal e que acabou figurando como “laranja” para a polícia por não ter nada a ver com o esquema. O detalhe é que Magda, que teria pressionado outros servidores para indicarem contas bancárias a serem utilizadas, aplicou um tratamento diferenciado com Paulo.
Em vez de determinar que o dinheiro lhe fosse devolvido após o saque da conta corrente utilizada, ela disse a Paulo que não era necessário proceder dessa maneira e que ele poderia ficar com o dinheiro, segundo informou a delegada Cleibe de Paula por meio da assessoria de imprensa. Paulo acabou ficando com cerca de R$ 90 mil, os quais foram utilizados para reformar a casa dos pais e com outros negócios de família.
De qualquer maneira, Taques alega que Paulo também não passou de mais uma pessoa utilizado no esquema arquitetado por Magda e sustentou que o depoimento de seu cliente colaborou com as investigações da Defaz.
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