A delegada Cleibe Aparecida de Paula interrogou na tarde desta quarta-feira (30) mais três pessoas investigadas pela Delegacia Fazendária (Defaz) como beneficiárias no esquema de desvio de recursos da Conta Única do Estado. Elizabeth Alves da Guia, Marina Spalatti e Gustavo Ferreira Gomes tiveram mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça, mas foram liberados assim que prestaram esclarecimentos na sede da Defaz.

Recaem sobre os três o mesmo apontamentos de que se beneficiaram ou serviram de laranjas do esquema de rombo ao erário calculado em mais de R$ 12,9 milhões, fraudes estas desarticuladas pela Operação Vespeiro, deflagrada pela Polícia Civil no início do mês.

Gustavo é irmão de Edson Rodrigo Ferreira Gomes, ex-servidor terceirizado do setor da Conta Única do Estado na Secretaria de Fazenda (Sefaz); Edson confessou à Defaz que participou de todo o esquema e explicou como tudo funcionava. Já Elizabeth e Marina têm relações de parentesco e amizade com a família de Edson.

Todos revelaram à polícia terem sido cooptados por Edson para fornecer suas contas bancárias, as quais serviriam para que o então servidor da Sefaz recebesse todo tipo de valor que ele alegava ter a receber – como créditos por serviços extras prestados à secretaria. Todos também disseram à delegada não terem conhecimento, na época, das ilegalidades envolvidas nos repasses, uma vez que confiavam em Edson e em sua família.

Por meio de contas bancárias dos três, foram movimentados cerca de R$ 970 mil, sendo aproximadamente R$ 800 mil apenas na conta de Marina. Outros R$ 160 mil foram para a conta bancária de Elizabeth.

O restante teria sido movimentado na conta bancária de Gustavo. Ele afirmou à Defaz que, em duas oportunidades, seu irmão pediu para receber depósitos em sua conta bancária. Gustavo aceitou emprestar a conta e chegou a acompanhar o irmão para realizar o saque do primeiro depósito. Na segunda ocasião, emprestou o cartão de boa fé para que Edson o fizesse por conta própria.

Gustavo também alegou não ter conhecimento do esquema no qual o irmão – um dos principais cooptadores de laranjas para o funcionamento do esquema perpetrado dentro da Sefaz – estava envolvido.

Interrogatórios

Como o objetivo dos mandados de prisão temporária era para que os investigados apenas prestassem esclarecimentos, Gustavo, Elisabeth e Marina foram liberados assim que encerraram os interrogatórios.

Na manhã desta quinta-feira, devem prestar depoimento na Defaz outras duas pessoas investigadas como beneficiárias do esquema – Nagafe de Oliveira Martins e Antônio de Oliveira Moraes. Na sexta-feira de manhã, é aguardado o depoimento de Silvan Curvo, irmão da ex-coordenadora de Controle da Conta Única do Estado dentro da Sefaz, Magda Mara Curvo Muniz, considerada a principal articuladora das fraudes investigadas.



Primeira atualização às 15h11 / Segunda atualização às 18h15