O baixo desempenho da economia brasileira e a tímida meta de crescimento projetada pelo governo federal receberam duras críticas do senador Jaime Campos (DEM-MT), segundo o qual o Brasil está patinando e colocando a culpa na crise internacional. Líder da minoria no Senado, Jaime apresentou dados do IBGE que revelam um avanço de apenas 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano.
“Isto está abaixo da mediocridade. Até as previsões mais sombrias variavam de 0,3% a 0,7%”, criticou o parlamentar.
Jaime Campos cobrou da presidente Dilma Rousseff sua “propalada” capacidade de gestão.
“Mesmo esquecendo as patológicas promessas não cumpridas de campanha, chegou a hora da verdade: a hora de realmente apostarmos na tão propalada capacidade de gestão de nossa Presidente da República”, discursou.
O senador pediu aos eleitores brasileiros olhos atentos à situação econômica pela qual passa o país e que despertem para o óbvio: “para uma solução que tire a economia do Brasil desta inconsequente rota rumo a um colapso ainda maior”.
Segundo Jaime, as leituras dos veículos especializados neste tipo de análise afirmam ser o pior desempenho do mundo fora da Europa. Ele sustenta que o desempenho do Brasil no primeiro trimestre de 2011 foi o mais fraco entre os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China).
"A alta do PIB de 0,8% no primeiro trimestre em relação a igual período de 2011 ficou atrás da China (8,1%), Índia (5,3%), Rússia (4,9%) e África do Sul (2,1%)”, disse o parlamentar, que lembrou também que “este é quinto trimestre seguido de expansão econômica inferior a 1% e isto não ocorria desde a década de 1990”.
O senador lamentou a queda de 19,5% para 18,7% na taxa de investimento tendo em vista que a meta anunciada pelo governo era chegar a um patamar de 25%, “para que não ficássemos tão reféns das importações”.
Citando reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, o senador disse que “o PIB agropecuário do primeiro trimestre deste ano caiu 8,5% em relação a igual período de 2011 e desacelerou 7,3% em comparação ao quarto trimestre de 2011”.
Pela análise do parlamentar, foi o maior recuo em 15 anos. “Segundo os dados do BNDES, o país deve ter R$ 579 bilhões em investimentos em oito setores industriais entre 2012 e 2015 – valor 6% menor que os R$ 614 bilhões estimados no ano passado para o período 2011-2014. A queda será de R$ 35 bilhões”.
O senador criticou o governo por adotar um modelo de crescimento baseado no consumo e alertou ainda para o elevado endividamento da população e a queda no acesso ao crédito.
"O elevado nível de consumo aliado às carências estruturais de oferta industrial e meios inadequados de escoamento da produção tem levado a uma sinuca que nem a redução das taxas de juros pode contornar”.
Atualizada às 15h07
