O advogado Bruno Castro, morador do 14º andar do prédio Sunset Boulevard, edifício de Cuiabá que pegou fogo após um curto-circuito na última terça-feira (14), tem de lidar com prejuízos muito maiores dos que os causados pelos problemas do incêndio. O casal de filhos de quatro meses desenvolveu bronquite por conta da exposição a fumaça tóxica e a situação inspira cuidados. Ele afirma ter gasto até agora cerca de R$ 2 mil com remédios.

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“O diagnóstico atual dos médicos é de bronquite nos meus filhos. O quadro acabou evoluindo muito rápido, nós assustamos, pois não esperávamos isto. Todo o problema foi causado pela inalação da fumaça tóxica que prejudica muito a respiração deles. Estamos acompanhando, fazendo exames, levando ao hospital todos os dias e fazendo inalação”, afirma o advogado ao Olhar Direto.
 
Bruno explica que o problema é ainda pior nos bebês: “Como eles nasceram há pouco tempo, o doutor nos explicou que eles ainda não têm o sistema respiratório todo formado. Para complicar o caso, eles ainda têm alergia a proteínas do leite da vaca. Este fato potencializou os sintomas ainda mais”.
 
Por conta da alergia, os bebês têm de tomar um leite especial e alguns remédios específicos: “Com o incêndio, nós acabamos perdendo todos os remédios. Os prejuízos são enormes, estamos tendo de comprar tudo de novo, são diversos os gastos que estamos tendo apenas com os medicamentos”, revela o pai do casal.
 
O advogado estimou um gasto de R$ 2 mil até agora com despesas médicas: “Com o nosso plano de saúde, poucas vezes você acha um médico especializado no assunto. Nós tivemos que fazer três consultas particulares por causa disto. Não é luxo, é necessidade, nós queremos que nossos filhos fiquem bem o quanto antes. E eu não sou o único, todos os moradores estão tendo prejuízos”.
 
“O quadro das crianças ainda inspira cuidados. Nós temos que continuar acompanhando a situação. O caso deles é diferente, isso porque como não tem o sistema ainda todo formado, os remédios não atuam de forma significativa. Desta forma o processo de recuperação fica ainda mais lento”, ressalta Bruno.
 
Como não pode voltar para o apartamento, o advogado tem que dividir um quarto na casa da sogra: “Nós só temos a agradecer aos nossos parentes e amigos por nos acolherem. Mas é complicado, você imagina ficar 40 ou 60 dias na casa de outras pessoas, querendo ou não é algo que incomoda. Eu viajo bastante dando aulas, e quando volto meu maior desejo é deitar e dormir na minha cama, o que eu não posso fazer agora”.

“O meu quadro de alergia também atacou por conta da fumaça. O caso é muito parecido com aquele da Boate Kiss, no Rio Grande do Sul. A fumaça tóxica tem os mesmos efeitos, por isso é preciso cuidado. Minha esposa está na mesma situação. Agora resta apenas esperar e rezar para que os meus filhos fiquem bons logo”, finaliza o morador.
 
Ainda não há uma previsão para que o prédio Sunset Boulevard, localizado no bairro Araés, em Cuiabá, seja liberado pela Defesa Civil. Os trabalhos seguem sendo feitos no local e um laudo deve sair em no mínimo 45 dias. Com isto, fica impossível que os moradores retornem para o local.